Copa 90: Como única jogada de Maradona acabou com a "Era Dunga"
O ex-zagueiro da seleção brasileira Mauro Galvão cita uma partida como a derrota mais triste que já vivenciou. O jogo em questão eliminou o Brasil da Copa do Mundo de 1990, na Itália, em um clássico contra a Argentina de Maradona.
As críticas à equipe e ao esquema tático do técnico Sebastião Lazaroni eram frequentes entre a imprensa brasileira. Na primeira fase da Copa, elas se estenderam pela mídia italiana, como mostra o documentário Copa 90, produzido por MOV e UOL Esporte.
O Brasil passou com dificuldade pelos três primeiros rivais -- fez 2 a 1 na Suécia e 1 a 0 contra Costa Rica e Escócia. No primeiro mata-mata, o time pegaria a Argentina, que, apesar de não estar em sua melhor fase, tinha no elenco o maior jogador do mundo à época: Diego Maradona.
Por mais questionável que estivesse o time argentino, era ele o atual campeão mundial. Entre as tantas reuniões promovidas por Lazaroni, uma das pautas que mais cercavam o time era também a que estampava os jornais esportivos da época: como marcar Maradona.
"Ele era um milongueiro, um malandro. Foi no vestiário do Brasil antes do jogo, cumprimentar o Alemão e o Careca. Já tinha feito isso na Copa América, quando ficamos próximos no hotel. Ele sempre foi [milongueiro] e sempre será", descreve o ex-treinador.
A Argentina começou a Copa de forma irregular, foi derrotada por Camarões no primeiro jogo, e aquilo foi um baque. Criou-se uma desconfiança grande do time, mas Juca Kfouri afirma: "Por pior que fosse a fase, era a Argentina do Maradona. Ninguém que entendia um pouco de futebol acreditava que o Brasil passaria com facilidade".
No episódio 6 do documentário, o ex-meia Silas relembra que as condições da seleção brasileira eram superiores —fisicamente e tecnicamente. "A gente não estava bem, mas eles estavam piores que a gente".
Maradona se recuperava de lesão, e se arrastou durante o primeiro tempo. Foi em uma jogada, que já havia sido ensaiada durante o jogo, que ele encontrou o gol da vitória. Juca Kfouri afirma que Alemão não deu o esperado pontapé no atacante argentino, para desarmá-lo com falta, porque os dois eram companheiros de Nápoli.
A esperança do torcedor apaixonado é sempre a última que morre, e ela morreu no segundo tempo desse jogo, depois de uma falha do esquema 3-5-2. A marcação em zona da zaga não deu certo, e Maradona encontrou Caniggia, para quem deu um passe por baixo das pernas de Mauro Galvão. A Argentina abriu o placar e eliminou o Brasil.
O jornalista Luciano Borges descreve: "Percebi que começou a ficar aberto atrás, e na primeira jogada o Maradona já deixou claro o que aconteceria. Recebe a bola, dá o drible da vaca no líbero, que para ele pelo braço. Falta. Em seguida, a mesma jogada se torna o gol que desclassifica o Brasil".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.