O São Paulo se livrou do rebaixamento para a Série B do Brasileiro ao vencer o Juventude por 3 a 1, nesta segunda-feira (5). Passado o sufoco pela ameaça de queda, o Tricolor se prepara para outro momento crucial e que pode significar uma derrota dolorosa. No próximo dia 16, haverá uma reunião para a votação da reforma estatutária do clube, alvo de muita polêmica.
Na Live do São Paulo, programa do UOL Esporte após os jogos do Tricolor, os jornalistas Marcelo Hazan e Menon conversaram sobre os bastidores políticos do São Paulo. Eles demonstraram preocupação com os rumos que o clube do Morumbi pode tomar caso sejam aprovadas as mudanças estatutárias.
Menon citou o protesto da torcida são-paulina ao final da partida contra o Juventude. Para o colunista do UOL, a manifestação precisa ser feita contra a diretoria. "O protesto tem que ser contra a diretoria do São Paulo que, no dia 16, vai mudar o estatuto do clube para permitir a reeleição. Duvido que o JUlio Casares [presidente do São Paulo] não vá participar da reeleição. Ele poderia ser um estadista, mas vai imitar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando instituíram a reeleição no Brasil, e ele se candidatou ao novo mandato", comentou.
Hazan explicou as principais propostas desta reforma. "O torcedor do São Paulo tem que ficar de olho nessa reunião do conselho deliberativo, marcada para conversar, debater e votar essa possível reforma no estatuto. Os principais pontos são a reeleição, reduzir o número de conselheiros de 260 para 200 e reduzir o número de vitalícios de 160 para 120. Na minha visão, se aprovadas, o clube fica menos democrático e mais na mão de poucos", disse, acrescentando que também será analisado o aumento no tempo do mandato dos conselheiros.
Menon criticou as medidas que podem entrar em vigor no clube do Morumbi. "O novo estatuto será um aprofundamento da falta de democracia no São Paulo. O clube já era dominado por 160 conselheiros que decidem, e agora serão 120. Vai ter cada vez menos participação de uma torcida que dá resposta na hora de apoiar. O time tem milhões de torcedores pelo Brasil. A diretoria do São Paulo cada vez mais apequena o clube e se fecha em um casulo de conselheiros do mesmo perfil ideológico: todos homens, brancos, a grande maioria reacionários", lamentou.
Para Hazan, caso a reforma seja aprovada, deixará o poder na mão de um grupo ainda menor de pessoas dentro do clube. "Já é pouca gente e eles não representam os milhões de são-paulinos, a terceira maior torcida do Brasil. Se fizer o censo do conselho deliberativo do São Paulo, a esmagadora maioria é de homens, brancos, héteros, de uma idade um pouco mais avançada, com poucas mulheres, poucos negros. Não existe essa representatividade", colocou.
Diante de um cenário pouco animador, Menon fez uma projeção negativa para o futuro político do São Paulo. "Escapou hoje [ontem] do rebaixamento e tem que comemorar mesmo, mas dia 16 é fundamental na história do São Paulo. Vai ser uma derrota imensa para o clube. Duvido que esse absurdo seja barrado", concluiu o colunista do UOL.
Não perca! A próxima edição da Live do São Paulo será na quinta-feira (9), logo após a partida contra o América-MG pelo Brasileirão. Você pode acompanhar o programa pelo Canal UOL, no app Placar UOL, na página do São Paulo no UOL Esporte ou no canal do UOL Esporte no Youtube.
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