Flamengo elege presidente do Conselho com hegemonia no poder em pauta
A eleição presidencial do Flamengo aconteceu no último dia 4, com a reeleição de Rodolfo Landim, mas o ambiente político continua agitado nos corredores da Gávea.
Hoje (14), o Rubro-Negro define o novo mandatário do Conselho Deliberativo, num mais acirrado entre correligionários de diferentes correntes. A hegemonia do atual grupo no poder entrou em debate mais fervoroso no clube rubro-negro.
Atual presidente do órgão, Antônio Alcides (Chapa Roxa), que candidato da situação, tenta reeleição. O outro postulante ao cargo é Ricardo Lomba (Chapa Branca), que integrou a gestão do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e encabeçou a Chapa Rosa no pleito presidencial de 2018. Após Landim e seus pares terem vencido nas urnas e assegurado a maior parte das cadeiras do Conselho de Administração, a oposição tenta ocupar um espaço considerado vital para que haja um espaço maior para o contraditório na gestão flamenguista.
Após uma eleição que reuniu pouco mais de 2 mil votantes, a pauta de uma tentativa de abrir um pouco mais o clube inflama os debates acerca de um grupo hegemônico no poder e tornou a escolha de hoje um tema da maior relevância no clube.
"O Conselho Deliberativo não é um órgão político. Não faz sentido, não combina na mesma frase, não tem fundamento um poder independente ser político. Então, o Conselho não é de oposição, tampouco de situação. É um conselho independente, que tem de defender o que está no estatuto. Agora, é claro e evidente que vamos entrar para ajudar o Conselho Diretor, jamais fazer oposição, pois porque seria uma sandice. É andar em parceria, ajudando a fazer a gestão diária do clube. É claro que não há intenção alguma de prejudicar, 'sentar em cima' de contratos para não levar a aprovação", disse Lomba, que tem Michel Helal como vice-presidente, ao UOL Esporte.
As tensões remontam a um passado não muito distante da política na Gávea e tiveram início com o racha entre ex-presidente Bandeira de Mello e boa parte dos atuais gestores. Após ver seu grupo derrotado no pleito de 2018, o antigo mandatário virou uma espécie de "persona non grata" e enfrenta a resistência de Landim e seus colaboradores mais próximos. Preocupado em adotar um tom conciliatório, Lomba promete um mandato sem revanchismos se eleito:
"A função do presidente do Deliberativo é recepcionar as demandas, verificar se estão em consonância com o que é preconizado no estatuto e no regimento interno para dar andamento a elas".
Procurado pelo UOL Esporte, Antônio Alcides, cujo candidato a vice-presidente é Fábio Domingos, não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Planos congelados
Ao passo que o clube vive mais um capítulo importante de sua política, o futebol segue em compasso de espera enquanto não há definição por um novo treinador. A direção ainda não definiu um alvo só e segue mapeando as possibilidades. Sem que um novo comandante seja contratado, as prometidas mudanças no departamento de futebol seguirão congeladas até lá.
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