Festas pela Libertadores com atletas do Palmeiras infernizam vizinhos em SP
O título do Palmeiras na Copa Libertadores começou um pesadelo para um grupo de moradores no bairro da Freguesia do Ó, em São Paulo. Desde então os vizinhos relatam festas frequentes em dias de semana, com som alto madrugada adentro. Nem ligações para a polícia resolvem o problema. Os anfitriões são alguns jogadores do Alviverde.
Nenhum dos atletas mora ali, mas a casa é alugada por meio do Airbnb justamente para as festas, com diária de R$ 1 mil. O local tem uma ampla área aberta com churrasqueira e piscina, que nas últimas semanas recebeu grupos para música ao vivo até às 5h da manhã. O som alto começou na madrugada do dia 28, após a delegação do Palmeiras voltar do Uruguai com o título da Libertadores, e desde então há festas "quase diárias", segundo os vizinhos.
Na última segunda-feira (13), moradores chamaram a polícia. Pelo menos quatro viaturas foram até a casa por volta das 20h (de Brasília), mas o problema não foi resolvido. Horas depois, já de madrugada, a música seguia alta. Entre os jogadores, os vizinhos reconheceram o lateral esquerdo Jorge, de 25 anos, que assinou contrato até dezembro de 2025 com o Palmeiras em julho deste ano.
"É som de noite até de madrugada. Todo mundo tem direito de fazer festa, claro, mas desse jeito? Eles extrapolam. O barulho é enorme, música alta a noite toda. Ontem eu acordei às 3h30 e não consegui trabalhar porque estava sem condições, dor de cabeça, sem poder dormir", reclama um dos vizinhos, Clóvis Ferreira, que é motorista de aplicativo e mora a três casas do imóvel alugado pelos jogadores.
Uma vizinha que não quis se identificar contou que a certa altura precisou sair da própria casa e ir dormir na residência de familiares, longe dali, para finalmente poder descansar um pouco. "Não nos sentimos seguros em casa, com meu filho, diante de tudo isso", diz ela, que só pretende voltar quando Jorge e os demais palmeirenses não estiverem mais ali —o que só deve acontecer na segunda-feira (20), quando termina a locação atual.
Cerca de 20 moradores da vizinhança mantêm um grupo de WhatsApp e discutem o que fazer. Eles têm ligado com frequência para a polícia, já reclamaram na porta da casa alugada, tentaram acionar até a Prefeitura Municipal, mas as festas continuam.
"É rojão, gritaria, música ao vivo às 4h da manhã? Reclamamos com o proprietário da casa, que falou que não poderia fazer nada. Teve dia aqui que tinha gente fazendo xixi na rua. São mais de 15 dias reclamando bastante, com festas que são quase diárias", reclama Reinaldo Silva, técnico de TI, que também mora na rua perturbada pelas festas.
Em contato com o UOL Esporte, o proprietário da casa afirmou ter deixado "expressamente proibido som alto e festas no imóvel", alega ainda que aluga o local há cinco meses para diferentes pessoas e nunca havia tido problema. "Este foi um caso atípico", afirma.
Via assessoria, Jorge pediu desculpas e disse não saber estar incomodando os vizinhos. Confirmou que policiais estiveram na casa na noite da última segunda-feira (13), mas que não passou de uma averiguação de rotina. Afirmou também que em nenhum momento as reclamações chegaram nele e, "se tivesse sido avisado, seria o primeiro a mandar abaixar o som".
Procurado, o Palmeiras preferiu não se manifestar sobre o assunto. Já o Airbnb informou que está apurando o caso e destacou que "possui regras e políticas de uso e que qualquer usuário, seja hóspede ou anfitrião, que desrespeite essas normas está sujeito às medidas cabíveis, que podem incluir remoção da plataforma. O Airbnb destacou ainda que, em agosto de 2020, proibiu festas e eventos em acomodações para evitar aglomerações e contribuir para estadias responsáveis. Além disso, possui o Canal de Apoio ao Vizinho, uma ferramenta para facilitar a comunicação sobre eventuais incidentes em reservas nas proximidades, bem como uma Central de Ajuda para atendimento 24 horas, 7 dias por semana."
Lei proíbe som alto
O barulho das festas não pode ser enquadrado no Programa de Silêncio Urbano (PSIU) da cidade de São Paulo por não se tratar de estabelecimento comercial, no entanto as festas barulhentas de madrugada são ilegais.
O Decreto-Lei Nº 3.688/41 determina que "perturbar o sossego alheio (mediante gritaria, algazarra, abuso de instrumentos musicais, sinais acústicos, dentre outras situações) é uma contravenção penal" e passível de "prisão simples, de 15 dias a três meses, ou multa" para o responsável.
Casa de alto padrão
No Airbnb, o anúncio do imóvel dá uma boa ideia sobre as comodidades da casa. "Ótima estrutura em alto padrão. Três suítes. Suíte máster com hidromassagem, closet, escritório, sala com três ambientes, duas lareiras e ar condicionado. Área gourmet com piscina, churrasqueira, lavanderia, jardim e três vagas na garagem", diz o texto, que contém o alerta de que "som alto e festas acima de 12 pessoas são proibidas".
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