Topo

Flamengo respira política interna e vive compasso de espera por técnico

Bap, Marcos Braz e Landim celebram vitória do Flamengo na final da Libertadores - Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Bap, Marcos Braz e Landim celebram vitória do Flamengo na final da Libertadores Imagem: Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/12/2021 04h00

O Flamengo completa 16 dias sem técnico e ainda caminha de forma cautelosa antes de partir em definitivo na busca por um sucessor para Renato Gaúcho.

O que se sabe no clube é que o eleito virá de fora, porém não há um nome consensual. Antes de arrumarem as malas rumo ao continente europeu, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel mapeiam as possibilidades e aguardam acenos vindos do outro lado do Atlântico.

O "mochilão" que culminou na contratação de Domènec Torrent é um episódio a ser evitado, já que o catalão foi contratado após entrevistas com candidatos e um quê de incerteza.

Dois nomes e mais na lista

Ante o insucesso de Dome e a pressão que se seguiu pela escolha, a dupla espera definições mais claras para embarcar. Os nomes dos portugueses Carlos Carvalhal, do Braga (POR), e Vitor Pereira, do Fenerbahce (TUR), são comentados na Gávea, mas ofertas chegam aos montes pelas mãos de empresários.

Carvalhal já sinalizou que aceitaria um convite, mas a multa rescisória de 10 milhões de euros (R$ 63,6 milhões) é um entrave real. Por meio de interlocutores, o Fla vê uma forma de diminuir a bolada para tentar concretizar a vinda. Ainda que o valor caia consideravelmente, investir na rescisão não estava nos planos rubro-negros, que ainda assim mantêm conversas e estudam fórmulas.

Já Pereira não estava cotado em um primeiro momento, mas seu nome ganhou força por conta de sua possível saída do clube turco. A imprensa local afirma que o treinador está com os dias contados em Istambul, o que facilitaria uma investida dos cariocas. Livre no mercado, o ex-Porto (POR) passaria a ser mais atraente.

Em meio ao cenário de indefinição, o Flamengo vê a política andar de braços dados com as decisões estratégicas que precisam ser tomadas no departamento de futebol, que sofrerá mudanças após a chegada do novo comandante.

Trava política

Como o intervalo entre a perda da Libertadores e a reeleição de Rodolfo Landim foi de apenas uma semana, a cúpula do clube se viu presa ao pleito. Ainda que fosse favoritíssimo na disputa, Landim não poderia acelerar mudanças e contratações até ser vencedor nas urnas.

Superado esse episódio, o Rubro-Negro mergulhou no processo de sucessão no Conselho Deliberativo. Ontem (14), Antônio Alcides foi reeleito e assegurou a manutenção do grupo da situação no órgão.

Hoje (15), o Fla irá eleger Luiz Eduardo Baptista, o Bap, vice de Relações Externas, como presidente do Conselho de Administração. Figura-chave nas decisões do Flamengo, ele vai ocupar um cargo de ainda maior importância, porém deixará uma lacuna aberta em sua antiga pasta. Com seu novo posto, no entanto, ele abre caminho para um aliado a mais

Alvo de algumas controvérsias, o "Conselhinho" do futebol também não foge à política, visto que sua composição também é fruto de articulações entre as diversas correntes que compõem a gestão. Órgão que dita os rumos do futebol, o grupo não deve sofrer mudanças de nomes, mas também vive compasso de espera até que as forças políticas do clube se acomodem.

Amanhã (16), o presidente Rodolfo Landim será empossado e irá designar seus vice-presidentes. Com alguns postos a serem preenchidos, as articulações seguem na Gávea para que uma coalizão seja formada.