Aguirre deixa Inter com Beira-Rio forte e invicto em Gre-Nal, mas sem vaga
Diego Aguirre não é mais técnico do Inter. A saída do Colorado foi oficializada na noite de ontem (15). Em 35 jogos no comando da equipe, o uruguaio conquistou feitos importantes, como a recuperação do fator local forte e a invencibilidade em clássicos. Mas não atingiu o objetivo de obter vaga na próxima Libertadores.
Foram 11 vitórias, 12 empates e 12 derrotas nos 35 jogos desta passagem pelo Beira-Rio, gerando aproveitamento de 42,8%. A equipe fez 39 gols e sofreu 33.
Retomada do Beira-Rio
Quando Aguirre foi contratado, o Inter vivia oscilação nos jogos em casa. Depois de terminar em alta a temporada passada, o time já não possuía a mesma conexão com o Beira-Rio e perdia pontos importantes como mandante. O Colorado, na transição entre Miguel Ángel Ramírez e Aguirre, chegou a ficar oito jogos sem vencer como local.
Aos poucos, o uruguaio estabeleceu novamente a força do time vermelho em seu reduto. Em seguida, foram 12 jogos de invencibilidade, com cinco vitórias consecutivas. O período foi rompido já no fim do Brasileirão, com a queda de rendimento que acabou ocasionando a troca no comando.
Invicto em Gre-Nal
Esta foi a segunda passagem de Diego Aguirre pelo comando do Inter. E ele jamais foi derrotado pelo Grêmio. Em 2015, foram três Gre-Nais, com dois empates e uma vitória. Nesta passagem, dois encontros com um empate e uma vitória.
O último duelo com o tradicional oponente, por sinal, pode bem ser citado como ponto alto da temporada 2021 para o Colorado. Bater o Grêmio por 1 a 0, gol de Taison, contribuiu diretamente para o rebaixamento do rival, que caiu para Série B com 43 pontos. Se tivesse vencido, iria a 46 e escaparia.
Queda de rendimento: seleção e áudio vazado
A queda de rendimento, porém, foi evidente no fim do campeonato. O Inter parecia que teria sua vaga na fase preliminar da Libertadores segura em certo momento, pois esteve por várias rodadas entre o sexto e o oitavo lugar. Até chegou a se aproximar dos quatro primeiros algumas vezes.
Porém, uma série de acontecimentos atrapalharam o ambiente. A chance de Diego Aguirre comandar a seleção do Uruguai entrou no contexto do dia a dia do clube e interferiu de alguma forma. A saída acabou não acontecendo e Diego Alonso foi o escolhido.
Mas o fator externo mais pesado veio com os áudios vazados do então coordenador de preparação física, Paulo Paixão. No conteúdo, o experiente profissional do futebol citava jogadores para serem colocados em negociação, tratava abertamente de assuntos internos e chamou, inclusive, o meia Boschilia de "enganador".
Aquilo invadiu o reduto dos atletas como um furacão e abalou qualquer relação presente ali, indicando o caminho pelo rompimento. Paixão, no mesmo dia, pediu demissão. Mas os reflexos do que aconteceu ainda se arrastaram por bastante tempo.
Os resultados positivos não ocorreram mais e a reta final do Brasileirão foi de cinco derrotas em seis jogos.
Saída em acordo
Diego Aguirre entendeu o duro momento financeiro pelo qual passa o Inter. Em seu desligamento, ainda que tivesse mais um ano de contrato e valores importantes a receber, abriu mão de algumas situações por reconhecer a queda de rendimento e a necessidade de mudança no clube.
Sem Libertadores no calendário em 2022, o Colorado terá orçamento ainda mais curto.
Substitutos na mira
A partir de hoje (16), o Internacional entra de cabeça no processo de contratação de um técnico. Três nomes despontam na lista de alvos: Sebastián Beccacece, do Defensa y Justicia, Eduardo Dominguez, do Colón, e Roger Machado, atualmente sem clube.
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