Contrato flexível e atrito facilitam diálogo entre Flamengo e Paulo Sousa
Os dirigentes do Flamengo preparam as malas rumo ao continente europeu e já têm uma série de encontros marcados. O vice de futebol, Marcos Braz, e o diretor-executivo, Bruno Spindel, já têm um nome em vista: Paulo Sousa, o técnico da Polônia.
Ex-jogador com passagem vitoriosa pela seleção portuguesa e por clubes da Itália, ele vive a expectativa de disputar o mata-mata classificatório à Copa do Mundo, mas um atrito com o presidente da Associação Polonesa de Futebol (APF) pode abreviar o caminho para a Gávea.
Contratado pela lenda polonesa Boniek, que ocupava a presidência do órgão, o português tem se desentendido com Cezary Kulesza, o atual presidente. Há divergências quanto a métodos e planejamento, o que torna a relação mais tensa.
O treinador tem um contrato com gatilhos e teria seu acordo automaticamente renovado em caso de classificação à Copa do Qatar em 2022. A vaga nesta fase das Eliminatórias já havia rendido uma prorrogação automática.
Como o acordo é flexível quanto a um possível rompimento, o Flamengo entende que o treinador pode ser uma alternativa interessante. Por meio de seus intermediários, Sousa deu o aval para que as conversas sigam.
A cúpula rubro-negra evita se fechar em apenas um nome, mas definiu que não irá abrir mão de um profissional para liderar um time ofensivo e que tenha o controle das partidas. A visão dos dirigentes é de que não seria coerente trazer alguém que contrarie o estilo dos atletas do elenco. Uma escolha neste sentido atrasaria a evolução do trabalho.
Marcos Braz e Bruno Spindel ficarão baseados em Lisboa. Apesar do interesse em Paulo Sousa, o nome que hoje tem mais força para comandar o Flamengo é o de Carlos Carvalhal, do Braga. O técnico já fez um aceno positivo ao clube, mas há a necessidade de negociar sua multa rescisória.
Carvalhal já sinalizou que aceitaria o convite, mas a multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 63,6 milhões) é um entrave. Por meio de interlocutores, o Fla busca uma forma de diminuir a valor para tentar concretizar a vinda. Ainda que a quantia caia consideravelmente, investir na rescisão não estava nos planos rubro-negros. Mesmo assim, os dirigentes mantêm conversas e estudam fórmulas.
Carvalhal tem como um de seus agentes Bruno Macedo, o mesmo empresário que cuida da carreira de Jorge Jesus. O Braga deu a entender que topa um negócio desde que o Flamengo pague ao menos 3 milhões de euros (R$ 19 milhões).
Sonho número 1 do clube, Jorge Jesus é uma possibilidade distante, já que sua situação no Benfica melhorou após classificar o clube às oitavas da Liga dos Campeões.
Apesar do respiro, o ídolo da torcida rubro-negra sofre muita desconfiança de parte da torcida benfiquista e jamais saiu do radar dos rubro-negros. Os cartolas entendem ser uma "obrigação" a tentativa da contratação de Jesus. Apesar de evitarem descartar a possibilidade, a volta do Mister é vista pelos dirigentes como um sonho praticamente impossível.
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