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De onde vem o dinheiro do Atlético-MG para investir no mercado

Os quatro mecenas do Atlético-MG: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães - Pedro Souza/Atlético-MG
Os quatro mecenas do Atlético-MG: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

27/12/2021 04h00

Todo o dinheiro que o Atlético-MG for gastar em 2022 será dos cofres do próprio clube. Pelo menos é o que a diretoria alvinegra projeta. Com orçamento que beira os R$ 500 milhões, o Galo quer andar com as próprias pernas. A boa campanha de 2020 e os títulos de 2021 foram financiados pelos 4 R's, os mecenas que mudaram o rumo da história do Atlético.

Não é exagero dizer que o Galo era um antes da entrada do quarteto formado por Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador e agora é outro clube. O Atlético saiu de um time eliminado pelo Afogados-PE, na segunda fase da Copa do Brasil em fevereiro de 2020, para um time capaz de ganhar os dois principais títulos nacionais na mesma temporada. Isso em menos de dois anos. Foram injetados R$ 400 milhões pelos mecenas para que o Atlético fosse capaz de montar um dos melhores elencos do país.

A principal investidora no clube é a família Menin. Rubens é fundador da MRV e pai de Rafael. Eles também são donos do Banco Inter. Ricardo Guimarães é o dono Banco BMG, enquanto Renato Salvador é o proprietário do Hospital Mater Dei. Em comum, eles carregam a paixão pelo Atlético. São conselheiros do clube e bilionários. Quando se juntaram, o objetivo não era apenas montar um time capaz de ser campeão. Era recuperar a instituição, fazer um Atlético sustentável. As mudanças não foram apenas dentro do campo: a ideia sempre foi foi a de ter um clube com visão empresarial e profissionais capacitados para a função em todos os setores.

As conquistas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, a boa campanha na Copa Libertadores, a bilheteria, o aumento no número de sócios-torcedores, as partidas exibidas na televisão, a valorização do elenco, tudo fez o Galo faturar mais do que havia projetado para a temporada 2021. Isso dá um fôlego para 2022. No orçamento aprovado pelo conselho deliberativo do Atlético no último dia 21 não há previsão de pegar dinheiro emprestado em 2022. Um grande avanço para quem há mais de dez anos vem se escorando nos empréstimos para fazer futebol.

Com um elenco farto e valorizado, o Atlético quer manter o time e até se reforçar sem depender dos mecenas. Com a torcida empolgada e um time que novamente vai abrir o ano para brigar por títulos, a direção executiva projeta gastar quase R$ 450 milhões com o futebol em 2022. Desde salários, dinheiro para contratar e até custos com as viagens para os jogos fora de Belo Horizonte. Mas por se tratar de uma projeção, os valores podem mudar de acordo com o desempenho nas competições e vendas de jogadores.

Tudo vai muito bem dentro do planejamento traçado no começo de 2020. O Atlético já tem um dos times mais fortes do país, aumentou o faturamento, projeta pagar mais de R$ 160 milhões em dívidas no ano que vem e tem orçamento para não depender mais dos recursos dos mecenas. Nem tudo, entretanto, é perfeito: o Galo deve mais de R$ 1,3 bilhão. O projeto é amortizar as dívidas ao longo da próxima década, apostando no aumento de receitas e sem depender de aportes externos.