RMP: Paulo Sousa chega no Flamengo já em clima complicado com a torcida

O Flamengo terá um português no comando a partir de janeiro, mas não será Jorge Jesus, mas Paulo Sousa, que treinou clubes com o Bordeaux e a Fiorentina, além da seleção polonesa, mas que pode chegar sob grande pressão justamente pelo fato de o clube rubro-negro ter acertado com ele dois dias antes de o Benfica rescindir o contrato com o favorito dos torcedores.

No UOL News Esporte, Renato Maurício Prado afirma que Paulo Sousa já chega sob um clima complicado em relação ao torcedor justamente pela sombra de Jorge Jesus e considera que a situação seria diferente se tivesse ocorrido uma recusa oficial por parte do Mister.

Relacionadas

Mauro Cezar: Jesus fracassou na volta ao Benfica, mas ainda é ótima opção

Gomes: Quem vai acreditar que o Flamengo prefere mesmo Paulo Sousa a Jesus?

Flamengo saboreia "doce vingança" e já respira nova era com Paulo Sousa

"O clima já está complicado para o Paulo Sousa haja o que houver. O fato de o Jorge Jesus ter ficado livre no mercado antes do dia 30 e o Flamengo ter fechado antes com o Paulo Sousa, já o deixa sob uma pressão gigantesca. Porque se o Jorge Jesus tivesse, por exemplo, continuado no Benfica, a torcida dos Flamengo iria dizer 'o Mister não quis vir, é isso o que nós temos aqui, vamos apoiar'. Mas não, o Mister ficou livre no mercado e o Flamengo vai de Paulo Sousa", afirma Renato.

"O clima com a torcida já é complicadíssimo, com o elenco eu tenho certeza que preferia a volta do Mister, isso eu não tenho a menor dúvida, elenco, funcionários, afinal de contas, todos eles já estavam acostumados com o Jorge Jesus e tinham passado com o Jorge Jesus o momento mais glorioso da história do Flamengo desde a época do Zico, então é claro que o Jorge Jesus seria recebido de braços abertos", completa.

O jornalista afirma que, embora a preferência fosse Jorge Jesus, o elenco receberá bem o técnico Paulo Sousa, mas ele precisará se impor principalmente em relação aos que são considerados líderes do grupo, os jogadores da Geração 1985, casos de Filipe Luís, Diego Ribas e Diego Alves, para se sair bem.

"Isso não quer dizer necessariamente que o Paulo Sousa será recebido com má vontade pelo elenco. O Paulo Sousa não terá a receptividade esfuziante que haveria se chegasse o Jorge Jesus, ele vai ser recebido como mais um treinador, como foram recebidos o Domènec, o Rogério Ceni e o Renato Gaúcho. A partir daí, vai depender do trabalho dele, ele precisa rapidamente conquistar esse grupo, se impor a esse grupo", diz Renato.

"Essa história, por exemplo de os jogadores querendo o Jorge Jesus e tudo uma das coisas que ele vai precisar fazer é mostrar que quem manda é ele, que não tem esse papo de geração 1985, de líderes do elenco que decidem se vai ter treino de manhã ou não vai ter treino, que decidem se vai ter concentração ou não, isso tudo o Paulo Sousa muito rapidamente tem que chegar lá e mostrar 'agora quem decide sou eu'. O que vai segurá-lo no cargo são os resultados", conclui.