A saída de Fábio do Cruzeiro segue repercutindo. O goleiro ídolo da torcida celeste informou a saída nas redes sociais afirmando, em longa mensagem, que "a SAF Cruzeiro quer encerrar minha carreira imediatamente". O pronunciamento tomou conta das redes sociais e gerou críticas à postura do clube na situação.
O Cruzeiro, por sua vez, culpou o goleiro, alegando que ofereceu um contrato que "extrapolava o razoável" e que ele rejeitou a proposta. Além disso, o clube lembra as dificuldades financeiras que enfrenta e afirma que muitas decisões "não são populares, mas precisam ser adotadas".
Diante deste cenário, fizemos a seguinte pergunta aos colunistas do UOL Esporte: Saída de Fábio do Cruzeiro é compreensível ou é equívoco da nova gestão? Confira as respostas:
Sempre difícil avaliar quando há duas versões conflitantes. Mas, na melhor das hipóteses, a nova administração já começou errando ao não planejar bem a saída de um ídolo de décadas. Para uma jovem geração de cruzeirenses, é o maior que viram jogar. Ainda que decidissem não mantê-lo por questões financeiras ou quaisquer outras, sua partida precisaria ser organizada, anunciada de forma coerente e, se possível acertada com ele, a fim de não alienar a torcida na primeira semana do ano. Parece-me uma crise desnecessária em um clube com crises demais para gerir.
ALICIA KLEIN
A verdade é que o futebol nos grandes clubes nunca poderá ser tratado com a frieza das empresas, mesmo com gestão profissional. Um clube nunca será como uma franquia de um negócio. Existe paixão, e é preciso entender essa especificidade do negócio. Agora, uma decisão dessas deve levar em conta a história do atleta no clube (por conta dessa especificidade), critérios técnicos, financeiros e estratégicos. E só quem tem acesso a tudo isso é o clube, que irá arcar com as consequências da decisão, para o bem e para o mal.
ANDREI KAMPFF
Sem relação passional, a saída é compreensível. A condução da saída é incompreensível e insensível. Não dá, entretanto, para colocar toda a culpa na SAF e demonizar as "empresas" frias. Dá para contar nos dedos as bem-sucedidas saídas de ídolos dos nossos clubes desde que a bola desembarcou aqui no Porto de Santos.
MARÍLIA RUIZ
Uma tristeza a forma como o clube conduz essa situação. Há história e emoção envolvidas no "produto" Fábio. A questão é que está cada vez mais difícil para um clube manter seus ídolos. A SAF ainda é uma incógnita, e esse caso do Fábio aumenta a dúvida em relação ao rumo que o futebol vai tomar.
MARLUCI MARTINS
Eu acho errado em todos os aspectos. Fábio é um bom goleiro e seria muito importante na campanha do acesso. E estava disposto a negociar. E foi uma decisão muito mal conduzida. Tratou um ídolo como uma mercadoria.
MENON
Insensível, para dizer o mínimo. O torcedor cruzeirense ficou mais envergonhado com esse tratamento dado ao ídolo do que com o rebaixamento. E o clube-empresa precisa entender que, no futebol, o apoio do torcedor é mais importante que o lucro.
MILTON NEVES
É compreensível. Os responsáveis pela SAF do Cruzeiro entenderam que não seria saudável financeiramente para a instituição ficar com o goleiro depois do Campeonato Mineiro. A responsabilidade de administrar é deles. Eles decidem. É assim que funciona.
PERRONE
O desrespeito ao ídolo é o que mais impressiona negativamente. Se Fábio estava disposto a reduzir o salário, fica a impressão que houve má vontade e pouco caso com a história do Cruzeiro. Começam mal o Ronaldo, o Paulo André e seus pares como administradores do clube mineiro.
RENATO MAURÍCIO PRADO
A saída de Fábio era uma questão de tempo, já que ele está com 41 anos. Mas o Cruzeiro e sua nova SAF poderiam fazer um acordo decente com um dos maiores ídolos de sua história. Fábio sai sem ter um jogo de despedida, o que é lamentável.
RODOLFO RODRIGUES
Difícil julgar quem está falando a verdade. As versões não batem. Fabio diz que quis reduzir o salário e se sentiu desrespeitado. O Cruzeiro afirma que extrapolou o teto para adequar o goleiro no orçamento possível. O que podemos tirar é o lamento de uma relação tão bonita e duradoura acabar desta forma.
RODRIGO COUTINHO
As versões de Fábio e Cruzeiro são coincidentes em um ponto: o clube lhe ofereceu para ficar até o final do Mineiro, ele queria até o final do ano. Dito isso, Fábio afirma que se adequaria a um novo teto, e o clube diz que o contrato oferecido "extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário". Ao que tudo indica, não há dinheiro no Cruzeiro para atender as demandas de Fábio de ficar até o final do ano. O Cruzeiro luta pela sua sobrevivência, agora como SAF, por ter pago salários irreais durante anos, inclusive para o Fábio, além de outros atos de má gestão. Era preciso mudar de atitude ou não adianta nada virar empresa.
RODRIGO MATTOS
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