Patrick mudou de patamar e posição no Inter antes de ir para o São Paulo
Patrick está prestes a ser confirmado como jogador do São Paulo. O clube do Morumbi compra 30% dos direitos do atleta e tem cláusula de produtividade para adquirir mais 20%. Ele assinará vínculo de dois anos. Aos 29, o Pantera Negra mudou de patamar, trocou de posição e deslanchou no Inter até acertar com o Tricolor.
Antes de chegar ao Colorado, a carreira de Patrick não tinha grandes feitos. A profissionalização veio no Operário Ferroviário-PR. Depois vieram Marcílio Dias-SC, Caxias-RS, Comercial-SP e Goiás, onde atuou por três anos e conquistou dois Estaduais — os únicos títulos na carreira.
Do Goiás foi para o Sport, em 2017, e por lá fez três gols em 37 jogos. Na época era volante pelo lado esquerdo e chamava atenção pela capacidade física. Era considerado um jogador de disposição, luta, força e garra.
A saída do Rubro-Negro se deu ao fim do contrato. Não houve renovação e ele acabou acertando com o Colorado "de graça". O Inter superou Fluminense, Athletico Paranaense e Vasco, que também pretendiam o acordo com ele.
Início já com polêmica
Para entender a passagem de Patrick pelo Inter é preciso voltar no tempo. Em 2018, o time gaúcho tinha acabado de voltar para a Série A após o vice-campeonato da Série B. O elenco precisava de acréscimos e passava por reformulações. Patrick foi apresentado e logo de cara já teve que lidar com uma polêmica.
Uma foto sua viralizou nas redes sociais antes da chegada. Nela, ele aparentava estar acima do peso. De cara, rebateu a versão com sorrisos, mas tal situação acompanharia sua trajetória no Sul. A cada momento de questionamento, a suposta condição física ruim era lembrada.
"Férias são férias. A gente vai pra descanar, curtir a família. Lógico que a gente não exagera. Quando fizeram a imagem, a câmera estava um pouco ruim. A tela estava... Sei lá. Eu postei o último dia das férias. Vocês tirem as conclusões. Foram tirar o sarro, eu dei a resposta. Só isso", disse.
Nova posição e desabrochar
Logo nos primeiros treinos, Patrick conheceu uma nova posição. No Inter, deixou de ser volante e passou a atuar aberto pela ponta esquerda. Odair Hellmann, técnico na ocasião, iniciou sua entrada na equipe alternando funções com D'Alessandro. Na hora de atacar, D'Ale tinha liberdade e Patrick era o responsável por dar suporte. Sem a bola, o argentino centralizava para que o Pantera Negra acompanhasse o lateral rival.
O tempo passou e em meados da temporada 2019 Patrick foi deslocado para o centro de campo. Não era necessariamente um volante, mas atuava por dentro no chamado "tripé central" montado por Odair. A base de marcação era Rodrigo Dourado, enquanto ele e Edenilson jogavam alguns passos à frente.
Já em 2020, ele retornou para o flanco canhoto e cada vez caminhou mais para o ataque. Seja com Coudet, Abel Braga, Miguel Ángel Ramírez ou Diego Aguirre, Patrick virou definitivamente um ponta esquerda. Ali foi um dos principais jogadores do Inter na temporada 2020, mas não conseguiu manter o mesmo nível no ano passado.
Ele passou a ser um jogador de buscar o drible ou a vitória pessoal por meio da força. Tem por principal arma a utilização da linha de fundo para cruzamento, a busca por superar o rival antes de colocar um companheiro na cara do gol —algo que bate com características encomendadas por Rogério Ceni à diretoria. E até como jogador terminal, concluindo jogadas pelo alto ou por baixo, ele apareceu no fim de 2021.
A trajetória recente não foi a melhor. Com Ramírez, a exemplo do restante da equipe, não teve bom desempenho no novo modelo de jogo. Com Aguirre, oscilou bastante, mas foi mantido como titular. O grande ato de 2021 foi quando, após a vitória do Inter no clássico Gre-Nal do fim do Brasileiro, ergueu caixões com as cores do rival. O fato gerou briga e confusão no fim do jogo, mas levou os torcedores ao êxtase.
Ainda assim, entre altos e baixos, foi titular do time durante praticamente toda sua passagem. Nas temporadas em que atuou menos, fez 48 jogos. Quando balançou menos as redes, fez cinco gols.
Relação com a torcida
A relação com a torcida nunca foi a melhor. Mesmo quando se destacou ou viveu seus melhores momentos, entre 2019 e 2020, Patrick recebia repetidas críticas pela forma física ou pelas oscilações que apresentava ao longo da temporada.
Houve momentos de resposta, de silêncio e da busca por um melhor entendimento. Hoje, a transferência para o São Paulo fecha um ciclo de praticamente 200 jogos, entre altos e baixos. Ao todo foram 199 partidas com 26 gols e 16 assistências.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.