Por que Fluminense se movimentou no mercado por Cano tendo Fred no elenco

O Fluminense vive a expectativa de, nos próximos dias, concretizar o acerto com o atacante Germán Cano. Mesmo com Fred, a diretoria se movimentou no mercado pelo argentino, e o técnico Abel Braga pode ter aquela "dor de cabeça boa". Mais que qualificar o elenco, há alguns fatores que embasaram a busca da cúpula.

Após um ano com marcas históricas, Fred, que é ídolo da torcida, inicia 2022 em reta final de contrato e com o futuro ainda indefinido. O atual vínculo vai até 21 de juhoo, data em que o Tricolor completa 120 anos —e que já foi mencionada pelo camisa 9, em oportunidades anteriores, como a previsão de sua aposentadoria. Mas uma renovação não está descartada.

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Aos 38 anos, Fred atuou em 46 jogos e marcou 20 gols em 2021. Entre jogos em que foi substituído e quando saiu do banco — apenas duas vezes —, foram 3.277 minutos em campo. Opções imediatas, Bobadilla e Abel Hernández foram bastante utilizados, mas, além de seus contratos irem até o fim da temporada, oscilaram ao longo das competições e não engrenaram. Abel foi anunciado pelo Atlético de San Luís, do México, e a situação de Bobadilla ainda é analisada pela direção e comissão técnica.

Após dois anos no Vasco, pelo qual foi artilheiro e se tornou xodó da torcida, Cano vai desembarcar nas Laranjeiras como um nome de peso no setor, e, talvez, com uma confiança maior da torcida que os anteriormente citados, até pelo apresentado no rival. Além disso, em condições de assumir a titularidade caso Fred, realmente, resolva dar um ponto final à carreira em julho.

Quando anunciado como novo técnico, Abel afirmou que era "completamente diferente" de passagens anteriores pelo Flu e que as pessoas veriam "algo que pode surpreender". A apresentação do elenco está marcada para o dia 10 e, a partir daí, a torcida poderá acompanhar melhor o trabalho do treinador junto ao grupo, e as ideias que serão implementadas.

Rodrigo Coutinho, colunista do UOL Esporte, aponta que Fred e Cano são jogadores com características parecidas, e uma dupla de ataque formada por eles dependeria das circunstâncias do jogo.

"Acho difícil que os dois joguem juntos com frequência. Acho que será mais uma situação circunstancial, em jogos contra equipes menores que estejam muito fechadas e, praticamente, não ataquem o Fluminense. Não acredito que desde o início, a não ser neste cenário. Ou, no meio do jogo, precisando de um gol, precisando pressionar. Por que? Porque são dois jogadores com um raio de movimentação muito parecido, e restrito. São jogadores que, basicamente, atuam de bico a bico da grande área, e nos últimos metros do campo. O Fred, no início da carreira, até conseguia circular mais, mas não tem mais essa mobilidade. O Cano já tem essa característica mesmo", disse.

"São dois jogadores que atuam em um setor parecido, e somente em um cenário do adversário todo fechado, muito recuado, seria factível, vamos dizer assim. Até porque, tem de pensar no encaixe do time. Acho complicado pela parte tática", completou.

Vale ressaltar que, recentemente, chegaram também o atacante Willian Bigode e o meia Nathan.

Cano deixou o Vasco no início do mês passado, quando as partes não chegaram a um acordo pela renovação. Desde então, está livre no mercado e, inicialmente, chega ao Fluminense com um contrato de dois anos.

Fred e Cano tiveram anos históricos

Tanto Fred, quanto Cano viveram um ano com marcas renomadas. Fred chegou a 157 gols no Brasileiro e se tornou o segundo maior artilheiro da história da competição, ultrapassando Romário e ficando atrás apenas de Roberto Dinamite, que tem 190.

Além disso, chegou a 101 gols com a camisa tricolor na competição, igualando feito de Pelé e entrando em uma seleta lista de jogadores que fizeram mais de 100 na competição por apenas um clube. Fred ainda igualou Romário como o maior artilheiro da Copa do Brasil, enquanto, na Libertadores, alcançou 25 e está atrás somente de Luizão, que tem 29, no ranking de goleadores brasileiros do torneio continental. E foi ainda o artilheiro do Flu na temporada.

Já Cano se tornou o artilheiro se tornou o maior artilheiro estrangeiro do Vasco no século 21, posto que pertencia ao sérvio Petkovic, que marcou 28 gols em duas passagens pelo clube, entre 2002 e 2004.

Ele também se tornou o maior artilheiro argentino da história do Cruz-Maltino, superando os 30 gols de Alfredo González, que atuou na Colina entre 1940 e 1941.