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Palmeiras valoriza contratos curtos para não ser 'refém' e fazer testes

Eduard Atuesta é apresentado como jogador do Palmeiras - Fabio Menotti/Divulgação
Eduard Atuesta é apresentado como jogador do Palmeiras Imagem: Fabio Menotti/Divulgação

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

07/01/2022 04h00

A decisão de fazer contratos de apenas um ano com Marcelo Lomba, 34, e o volante Jailson, 26, é mais um passo do Palmeiras na direção de uma mudança de modelo de administração, iniciada com a chegada de Anderson Barros ao clube, em 2020.

Ao longo de 2020 e 2021, o Palmeiras se viu refém de contratos longos com jogadores que deram resposta por algum período de tempo, mas que caíram de produção e, a partir daí, acabaram se tornando desvantajosos para o Alviverde.

Por essa razão, a regra de negociar contratos de longa duração passou a ser questionada. Cada caso é tratado de modo diferente, diante das características dos jogadores e necessidades do elenco.

Além disso, ao fazer contratos mais curtos, o clube passa a poder observar alguns jogadores e, desse modo, testar o "produto" antes de se atrelar a ele por um longo período. E, assim, também poder variar o perfil dos atletas buscados.

Borja já deu mostras que não servia no primeiro ano

Borja, Luiz Adriano e Lucas Lima talvez sejam os exemplos mais bem acabados dessa questão.

O colombiano já deu mostras de que não era o que se esperava em seu primeiro ano no clube. Mesmo assim, viu seu acordo ir até o ano passado e ainda ser alongado, para que ele pudesse ser emprestado ao Grêmio e, enfim, depois ser negociado com o Junior de Barranquilla (COL).

Luiz Adriano e Lucas Lima são as bolas da vez. Tiveram bons momentos - em especial o centroavante - mas deixaram de produzir de modo compatível com seus vencimentos.

O caso do atacante é ainda pior, já que ele não apenas deixou de dar resposta em campo, como também teve lesões, problemas com a torcida e caso de indisciplina extracampo, a ponto de suas baladas terem se tornado pauta de reunião na Academia de Futebol.

O contrato de Deyverson, assinado em julho de 2017, também é de característica semelhante. Vai se encerrar apenas em junho próximo. E é tão longo que deu tempo de ele começar bem com Cuca, cair de produção, voltar a brilhar com Felipão, ser emprestado e, nas mãos de Abel, se redimir e virar herói do tricampeonato da Libertadores.

Alguns contratos longos são adequados

É claro que os contratos longos nem sempre são problemáticos. Weverton, Raphael Veiga, Gustavo Gómez e Luan, entre outros, também chegaram com vínculos de longa duração. Alguns foram até estendidos. Estes são as exceções que confirmam a regra: jogadores diferentes demandam tipos de vínculos diferentes.

Eduard Atuesta, 24, por exemplo, chega com um contrato de quatro anos. Mas porque se encaixa no modelo idealizado pela diretoria: é jovem com potencial de retorno esportivo imediato e financeiro futuro. Mesmo caso de Rafael Navarro, 21, com contrato também até o fim de 2026.

Para efeito de comparação, Luiz Adriano já tinha 30 anos quando assinou com o Palmeiras em julho de 2019 por quatro anos.

O gaúcho chegou ao Palmeiras para suprir um problema no ataque, numa negociação urgente conduzida por Alexandre Mattos. Para convencê-lo, Mattos negociou diluir luvas e demais bônus financeiros ao longo da duração de seu contrato, equiparando o que ele recebia no Spartak (RUS).

Mas, como os valores eram altos, o contrato teria de ser longo, muito embora ele já não não fosse um garoto. E o tempo acabaria mostrando que o vínculo era longo demais.