Topo

Meia do Athletico escapa de acidente em Capitólio: "Coisa de cinco minutos"

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

09/01/2022 14h39Atualizada em 09/01/2022 20h25

O meio-campista Gustavo Braga, jogador do elenco sub-20 do Athletico-PR, relatou nas redes sociais o passeio com amigos e familiares pelo Lago de Furnas, em Capitólio (MG), momentos antes da tragédia que matou dez* pessoas ontem (8). O atleta esteve no local do acidente cinco minutos antes de a rocha ceder e atingir duas lanchas.

"Quando aconteceu estávamos saindo e só deu para escutar mesmo. Foi coisa assim, de cinco minutos", escreveu em sua conta no Instagram. Depois, também no Storie do Instagram, o atleta relatou que ele, familiares e amigos estão "bem".

O UOL Esporte entrou em contato com Gustavo Braga, que pediu para não ser entrevistado por orientação do Athletico. A reportagem conversou com o pai do atleta, Denivaldo Braga, que relatou os momentos que antecederam o acidente em Capitólio e a destreza do marinheiro contratado pela família, que optou em sair do local momento antes da queda da rocha.

"Ficamos ali (local do acidente) uns dez minutos. Saímos e fomos para algum outro local. Depois que chegamos, percebemos que não chegou mais lancha. Foi coisa de cinco minutos mesmo, foi um livramento de Deus. Não presenciamos o acontecimento, mas estávamos próximos. Para não nos deixar afobados, o marinheiro nos avisou que tinha caído uma pedra, mas não fazíamos ideia do que era", explicou o pai do meia do Furacão.

"Vi muita gente comentando na internet que quem estava no local do acidente foi avisado do perigo pelas outras lanchas, mas não era possível ouvir. A gente não conseguia ouvir a pessoa do lado por conta do barulho da cachoeira. Era um barulho muito forte e, por isso, acho que não foi possível escutar".

Questionado pela reportagem sobre os avisos da Defesa Civil de Minas Gerais sobre a possibilidade de tromba d'água na região horas antes do acidente, Denivaldo explicou que o alerta não foi passado aos turistas que compraram os passeios no Lago de Furnas.

Tragédia de Capitólio

Na tarde de ontem (8), quatro embarcações foram atingidas pela queda de uma rocha (direta e indiretamente) no Lago de Furnas, na região de Capitólio, em Minas Gerais. Ao menos 30 vítimas foram atendidas em hospitais da região e liberadas. As autoridades estimam que de 70 a 100 pessoas estavam no local no momento da tragédia. Sete pessoas foram encontradas mortas no dia do acidente e um oitavo corpo foi recuperado na manhã de hoje. As autoridades encontraram mais dois corpos entre o final da manhã e o início da tarde*.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 50 militares trabalham na operação hoje, entre membros da corporação e da Marinha do Brasil. Onze mergulhadores ajudam na busca aos desaparecidos.

Cerca de duas horas antes do desabamento da rocha, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de "cabeça d'água" — não se sabe se existe alguma norma que proíba a entrada de turistas nessa situação no local onde ocorreu o acidente. Na tarde de sábado, a Marinha havia informado que investigaria por que os passeios foram mantidos mesmo após os alertas. Depois, emitiu comunicado dizendo que "o ordenamento do espaço aquaviário onde ocorreu o acidente está sob a jurisdição da Prefeitura de Capitólio".

* O número de vítimas da tragédia foi atualizado às 15h20.