Quem é John Textor, o bilionário que está comprando o Botafogo
O Botafogo via a transformação do clube em empresa como única solução para manter as portas abertas. Um estudo foi encomendado à XP Investimentos e a sinalização foi clara: era necessário dinheiro externo para quitar dívidas ativas e viabilizar a vida financeira do Alvinegro. Foi nesse momento que apareceu John Textor, investidor que já assinou contrato vinculante e aguarda aprovação do conselho deliberativo e sócios para oficializar a compra de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Glorioso.
O americano era um mero desconhecido dos brasileiros até poucos dias, quando o Botafogo informou que o clube havia chegado a um acordo para ser vendido. Mas de quem é e de onde veio o dinheiro de Textor?
Formado em economia, fez fortuna trabalhando no ramo de tecnologia e cinema. Em 2006, comprou a empresa responsável pelos efeitos especiais de filmes como "Titanic", "Clube da Luta", "Deadpool" e "Vingadores". Atualmente, direciona seu capital para o desenvolvimento de empresas que trabalham com inteligência artificial e imagens holográficas.
Textor é apaixonado por futebol, modalidade pouco popular em seu país, mas que vem a cada ano ampliando o interesse da população local e mundial. Ele criou e é sócio majoritário da FuboTV, serviço de streaming de televisão que atende clientes nos Estados Unidos, Canadá e Espanha, com foco, principalmente, em canais que distribuem esportes ao vivo.
Recentemente, passou a investir diretamente no esporte. O empresário de 56 anos é um dos donos do Crystal Palace, da Inglaterra, e mantém conversas desde outubro com dirigentes do Benfica para virar coproprietário do clube português. Além disso, ele também se prepara para comprar o Molenbeek, da segunda divisão da Bélgica.
Carisma e emoção em chegada ao Rio
Após acertar os detalhes para comprar o Botafogo, John Textor chegou ao Rio de Janeiro na última sexta-feira (7) e foi recepcionado por cerca de 100 torcedores no Aeroporto Santos Dumont. Quem esperava um americano frio e tímido teve uma grata surpresa. O empresário ficou visivelmente emocionado com o calor recebido dos alvinegros e segurou o choro em diversos momentos, além de se mostrar bastante carismático.
"Fiquei muito feliz, não esperava. Nas imagens eu estou com a mão na cabeça, e aquilo é para tentar segurar o choro, porque foi muito emocionante. Não acho que fiz algo para merecer aquilo, foi inacreditável. Chorei nas vezes em que revi. Algumas crianças de quatro ou cinco anos querendo chegar perto e me cumprimentar. Foi muito especial", disse Textor à TV Globo.
Investimento à vista
Logo que tiver a compra aprovada pelo conselho, Textor fará um investimento de R$ 50 milhões no ato da assinatura do contrato. Além disso, é prevista nova injeção de R$ 100 milhões ainda neste primeiro ano, mais R$ 100 milhões no segundo ano e R$ 50 milhões no terceiro.
O dinheiro garante uma resolução imediata das dívidas mais sufocantes e, claro, contratação de reforços para a equipe. Havia um temor de que o Botafogo pudesse virar um clube satélite, com única função de render jogadores para vendas e demais clubes de Textor. No entanto, cláusulas contratuais garantiram que esses investimentos pudessem dar vida nova ao Alvinegro já em 2022.
Estrutura
Textor já deixou claro em suas primeiras palavras que tem como objetivo investir também fora das quatro linhas. Uma das prioridades é melhorar a rede de scouting com o objetivo de encontrar bons jogadores no mercado. Além disso, ele afirmou que é necessário fazer investimento em centro de treinamentos.
Inclusive, o americano se encontrou com os irmãos Moreira Salles, responsáveis pelo CT Lounier, que seria inteiramente destinado às categorias de base. Após a conversa, ficou definido que os profissionais também deverão utilizar o espaço.
Os irmãos Moreira Salles financiaram a compra do Espaço Lonier e as obras para a construção do CT, que inicialmente seria voltado tanto para o profissional como para a base. Eles, no entanto, não estavam satisfeitos com as pretensões da diretoria para os jovens atletas no local e decidiram que só continuariam com as reformas se o local fosse melhor aproveitado pelos meninos.
"No projeto que nos foi apresentado, não estou querendo ser injusto, mas dado o passado e a cultura do Botafogo, a nossa sensação é que aconteceria o seguinte: o pouco que foi feito no Lonier, seria basicamente utilizado pelo time principal e a base ficaria com a xepa. Aí, não. Estava se dirigindo uma coisa parecida com essa. Mas aí, não. A base tem que se sentir privilegiada. Você não vai construir no time principal, trazendo essas figuras que estão no fim da carreira ou num momento ruim e querendo usar o Botafogo como trampolim para outra coisa. É de baixo que você constrói", explicou João Moreira Salles em depoimento no documentário "Acesso Total".
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