Choro do goleiro herói, doping e mais: veja histórias da Copa Africana
A Copa Africana das Nações começou no último domingo (9), mas já reúne histórias para lá de curiosas e incomuns no mundo do futebol.
Sediado em Camarões, o torneio reúne 24 seleções espalhadas pelo continente que jogarão em seis estádios diferentes. A final acontece no dia 6 de fevereiro.
O UOL Esporte reuniu algumas curiosidades envolvendo participantes da competição. Confira abaixo:
Choro do herói
A seleção de Serra Leoa voltou a disputar uma Copa Africana depois de 25 anos. A estreia foi considerada boa: a equipe conseguiu segurar empate em 0 a 0 contra a Argélia, atual campeã e invicta há 35 partidas.
O principal responsável pela falta de gols atende pelo nome de Mohamed Kamara, de 22 anos. O goleiro de Serra Leoa fechou o gol e, com defesas milagrosas, foi eleito o melhor em campo.
A entrega do troféu ao arqueiro foi, no mínimo, curiosa. Ao receber o prêmio, o jovem desandou a chorar e não conseguiu falar aos microfones da TV local.
Doping e afastamento
Nem todas as coisas são boas para os goleiros africanos. Sylvain Gbohouo, da seleção da Costa do Marfim, foi suspenso da competição pela Fifa. O motivo? Doping.
De acordo com a BBC, o técnico da seleção africana, Patrice Beaumelle, foi notificado ainda no final de dezembro que a substância trimetazidina, um medicamento para o coração considerado como estimulante, foi encontrada no corpo do jogador.
Ele, que estava na lista de convocados, foi afastado e tentou protestar contra a medida. O atleta ainda aguarda uma revisão por parte da entidade que comanda o futebol mundial.
Convocação via LinkedIn
Nascido e criado na Irlanda, mas com família paterna oriunda de Cabo Verde, o zagueiro Roberto Lopes viveu um momento único em sua vida: foi convocado para a seleção por meio do LinkedIn.
O fato aconteceu em 2019 e, por pouco, ele não perdeu a atual Copa Africana —que teria originalmente início no ano passado. Isso porque o atleta simplesmente ignorou uma mensagem com o convite, considerando o conteúdo como spam.
O "chamado" partiu de Janito Carvalho, ex-treinador de Cabo Verde. Em meio a um processo de garimpagem na Europa de reforços aptos a tornar seu time mais competitivo no cenário africano, ele encontrou o perfil de Lopes na rede social e resolveu lhe enviar uma mensagem o convidando para defender a seleção.
O comandante, no entanto, não sabia que o zagueiro não falava português —tampouco que consideraria o texto como duvidoso. Desta forma, o convite ficou quase um ano "congelado". Os responsáveis pela seleção, no entanto, enviaram outra mensagem —desta vez em inglês— e "capturaram" o atleta, que está defendendo o país no torneio.
Seleção com só dois "nativos"
Estreante na Copa Africana, a seleção de Comores —uma pequena ilha no Oceano Índico que já foi colônia francesa— tem apenas dois jogadores que nasceram no local: o lateral direito Abdallah Ali Mohamed e o atacante Ibrahim Djoudja.
Os outros 26 jogadores convocados pelo técnico Amir Abdou (francês e descendente de comorenses) são, justamente, da França, que dominou a ilha até os anos 70.
Sem opções para montar a seleção apenas com "nativos", o treinador iniciou uma grande busca por jogadores ligados à ilha que durou anos. Com a participação no torneio, futuras convocações deverão ser mais fáceis para Abdou.
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