'Merengues e Culés': qual a origem dos apelidos de Real Madrid e Barcelona?

Os apelidos são frequentes e famosos no universo do futebol, tanto para jogadores como também para clubes e torcedores. Esse é, inclusive, um fenômeno que acontece em todo o mundo. No Brasil, algumas equipes são conhecidas pelas alcunhas de 'Porco', 'Galo', 'Leão do Pici', entre tantas outras. Na Espanha, isso não é diferente.

As torcidas dos dois principais clubes do Campeonato Espanhol, que se enfrentarão pela semifinal da Supercopa da Espanha nesta quarta (12), são mundialmente conhecidos por seus apelidos. O Real Madrid como 'os Merengues', e o Barcelona como 'os Culés'. Mas qual a origem desses nomes?

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'Merengues'

Na Espanha, é quase um consenso que o apelido do clube madrilenho surgiu pouco tempo depois da fundação do clube, em 1902, de acordo com o jornal 'Marca'. A motivação foi a semelhança de cor entre o uniforme todo branco e o doce merengue, feito de claras de ovos e açúcar. No entanto, essa não é a única explicação existente.

O historiador Luis Javier Bravo, membro do Centro de Investigações de História e Estatística do Futebol Espanhol (Cihefe), encontrou uma primeira referência ao clube como 'Merengue' em um artigo de 1916. A publicação em questão classificou a partida do Real Madrid contra o Athletic de Madrid como "muito dura", referindo-se ao estilo de jogo da equipe que "sofria com falta de prática".

Em função disso, alguns torcedores chamaram o time de "Merengue FC". A alusão ao doce foi feita por causa do suspiro, que, apesar de macio, é visualmente duro por fora devido à camada de açúcar que o reveste. Seja por conta da cor ou da forma de jogar da equipe, o apelido pegou e acompanha o clube até os dias atuais.

'Culés'

No caso do Barcelona, a origem do apelido é mais unânime e também se refere aos seus anos iniciais. Em 1909, houve a inauguração do campo da Rua Indústria, considerado como o primeiro "estádio" da equipe, apesar de inicialmente ter capacidade para 1.500 espectadores, segundo o 'Marca'.

Em 1916, o campo ganhou uma arquibancada de dois andares, ampliando a capacidade para 6 mil pessoas. A equipe começava a se firmar no cenário nacional e os torcedores se aglomeravam como podiam para assistir às partidas. Uma solução encontrada, em uma outra época de segurança nos estádios, era sentar no muro que separava o campo da rua.

Assim, o muro do pequeno estádio ficava repleto de pessoas sentadas em dias de jogos. Isso fez com que esses torcedores começassem a ser chamados pejorativamente de 'culers', derivado da palavra 'culo', que significa 'bunda' em português. Por causa da semelhança fonética, o apelido ficou 'culés'.

No entanto, o termo demorou a emplacar e só começou a ser comum depois da década de 70. Atualmente, o nome é 'ostentado' com orgulho pelos torcedores do Barcelona.

Os clubes se enfrentam nesta tarde, às 16h (de Brasília), em Riad, na Arábia Saudita. Quem ganhar enfrentará o vencedor da outra semifinal, entre Atlético de Madrid e Athletic Bilbao. O partida marca o primeiro 'Él Clásico' de Xavi como técnico do Barcelona.