Reforço do Flu, Felipe Melo diz não ligar para os críticos: 'Cago e ando'
Primeiro reforço anunciado pelo Fluminense para a temporada 2022, o volante Felipe Melo foi apresentado na noite de hoje (12). O jogador, de 38 anos, foi questionado sobre as dúvidas de parte da torcida quanto à contratação por conta da idade, mas afirmou não ligar para os críticos: "cago e ando para as pessoas que são do contra".
Após longa passagem pelo Palmeiras, Felipe Melo desembarcou nas Laranjeiras com um contrato de dois anos. O Tricolor promove uma reformulação no elenco e foi ao mercado da bola.
"Não chego para falar, chego para fazer. Se a gente for colocar idade, um repórter com 60 e poucos anos não pode trabalhar, já está gagá? Um atleta profissional com 38 anos não pode trabalhar também? Então, assim, entendo que falar até papagaio fala, e cago e ando para as pessoas que são do contra. Se eu fosse ligar para as pessoas do contra, nem teria virado jogador de futebol. Eu sou um cara que trabalha com meus números. Com 38 anos, ano passado, quiçá foi o ano que mais joguei na minha carreira. Idade vem, ajuda com a experiência, e quem me conhece sabe o quanto me cuido e sou profissional acima de tudo. No último ano, levantei duas Libertadores, pelo profissionalismo, pela entrega dentro e fora de campo. Sou um cara muito família. Não tenho de dar resposta para ninguém, não. Se você, torcedor, pensa que sou velho, torce para outro. Preciso da minha família, dos meus companheiros, do meu treinador, do meu presidente, da minha torcida de verdade, desses eu preciso. Quem torce contra, vai chorar no final do ano como aconteceu nos outros anos", disse.
O volante voltou a afirmar que atuar no clube de coração do pai traz uma responsabilidade ainda maior. E ressalta que, neste novo desafio, que fazer um caminho vitorioso.
"Jogar no clube de coração do meu pai, dos meus avós, é uma responsabilidade a mais, sem dúvida alguma. Eu já tenho uma cobrança dentro de casa que é a minha auto cobrança, eu me cobro muito. Tenho cobrança da minha esposa, dos meus filhos, e agora vou ter, mais ainda, a cobrança dos meus pais, porque estou defendendo o clube de coração deles. Sem dúvida, responsabilidade aumenta", afirmou.
"Eu quero que daqui a dois anos, três anos, não sei... Tenho dois anos de contrato, e se quando acabar meus dois anos, de repente, encerrar a carreira, ficar eternizado também aqui. A responsabilidade é grande por ser o time do meu pai. A primeira camisa de clube que coloquei na minha vida foi do Fluminense, primeiro jogo que assisti foi Fluminense e Goytacaz, Taça Guanabara, se não me engano, nas Laranjeiras, e poder voltar para cá, não posso esperar outra coisa a não se eternizar com meus companheiros. E para se eternizar é ganhando títulos", completou.
Veja outros tópicos da entrevista
Conversa com Abel por posicionamento
"Confesso que não tive nenhum tipo de conversa quanto ao meu posicionamento em campo, com o Abel. Conversamos sobre várias outras coisas. Creio que não tivemos esse papo porque ele sabe que pode contar comigo em qualquer posição. Todos sabem que sou volante, é onde me sinto melhor, mas todos sabem também que, como foi durante toda a minha carreira, estou aqui para ajudar, ser mais. não perdemos tempo com isso. vamos ver como ele vai me utilizar, encaixar o Felipe melo dentro de campo"
Trabalho do elenco
"Começamos há pouco tempo. Tivemos hoje um trabalho em que começamos a entender as ideias do Abel. Vamos treinar para ter posse de bola, para começar.. A melhor defesa é o ataque, com os nossos atacantes pegando alto, para ter mais posse de bola. No futebol, hoje, é difícil já ter leitura de jogo dos outros times. Cada time tem sua forma de jogar, cada treinador com leitura de jogo momentânea. Estamos preparados para sofrer, quando tiver de sofrer, mas mais do que sofrer, desfrutar do futebol. Estamos trabalhando para isso, para independentemente do clube que estiver contra, saber que temos de jogar como time grande, jogar como Fluminense"
André
"Eu dei uma entrevista e, quando perguntaram do André, eu falei que não tive a oportunidade de vê-lo jogar, mas se foi a revelação do Brasileiro, algo ele tinha. Veio falar comigo quando cheguei, muito disponível, muito humilde. E falei com ele: 'Você foi revelação do campeonato, e vou ajudar a ser o melhor jogador do campeonato'. Estou aqui para ajudá-lo, mas também para aprender. Amo futebol porque, independentemente da sua idade, pode sempre aprender. E estou disposto a aprender, e passar um pouco para eles também"
Mescla entre jovens e experientes
"É o próprio treinador que está com essa bomba na mão, essa dinamite. Eu estou aqui para ajudar, jogar, agregar. Nunca vi um time só de jovens vencer um campeonato, como também nunca vi um time só de experientes. Tem de ter uma mescla. O que é experiência e o que é juventude? Vejo atletas com 38 anos que correm mais que garotos de 18 anos. E também vejo jovens que têm espírito de liderança mais acirrada que jogadores de 38, 40 anos".
Briga por título
"Gosto de trazer à memória aquilo que me dá esperança. Como sou um cara que gosta muito de ver futebol, tenho alguns exemplos. O Leicester, time desconhecido, no meio de grandes feras do Campeonato Inglês, conseguiu vencer. O que dirá o Fluminense, que não é desconhecido, é um "big" time no cenário da América do Sul. Tem que almejar, sim, títulos, subir o nosso patamar. Se antes estava brigando para classificar para a Libertadores, esse ano é para brigar para vencer a Libertadores".
Fred
Jogar com um cara que tem uma liderança natural, eu, particularmente, gosto muito porque a gente divide essa liderança. Passei por vários clubes em que pessoas levavam a faixa de capitão, mas não lideravam nada. O verdadeiro capitão da equipe não é o cara que leva a faixa apenas. Vejo no Fred o capitão, mas não só dentro de campo. Fora de campo conversa com os jogadores, não só os jovens, a atenção com os funcionários. Chego para junto com ele, David Braz, dividir essa liderança. Tive oportunidade de jogar contra na Champions, jogamos diversas vezes contra, e agora tendo oportunidade de dividir vestiário, será interessante.
Mescla entre jovens e experientes
"É balela se eu falar para você que venho para cá para fazer os jogadores jovens jogarem. Eu venho para cá para jogar, entrar em campo e deixar tudo pela camisa do Fluminense. Talvez, pela minha experiência... O treinador tem um limite, passou daquilo ali, somos nós em campo. A gente treina para isso. Talvez, eu com uma visão mais ampla, pela bagagem, pedi uma coisa ou outra, puxar uma orelha ou outra, e tenho certeza que esses atletas vão puxar a minha também. Essa é a mescla, e é isso que acho que o Fluminense espera de nós, que o Felipe Melo dê tudo em campo, e, de rebote, posicione um ou outro em campo, converse com um ou outro fora de campo"
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