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MP-RJ: Marcinho estava acima da velocidade quando atropelou e matou casal

Marcinho, ex-jogador do Botafogo, sai da delegacia após prestar depoimento por atropelamentos no Rio de Janeiro - Alexandre Araújo/UOL
Marcinho, ex-jogador do Botafogo, sai da delegacia após prestar depoimento por atropelamentos no Rio de Janeiro Imagem: Alexandre Araújo/UOL

DO UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

13/01/2022 22h29

Um parecer elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GATE/MPRJ) contesta as informações da defesa e confirma os laudos oficiais no caso do jogador Marcinho, que é réu por atropelar e matar um casal em dezembro de 2020. Os documentos concluem, dentre outros aspectos, que o réu "desenvolvia velocidade incompatível com a segurança do local" no momento da colisão. Além disso, apontam que "não poderia ser descartada de forma categórica" a presença de "álcool circulando no seu corpo" na ocasião do acidente.

Marcinho, que atuava no Botafogo e hoje defende o Athletico-PR, atropelou e matou um casal na Avenida Lúcio Costa, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 30 de dezembro. Alexandre Silva de Lima morreu na hora, enquanto Maria Cristina José Soares faleceu seis dias depois. Na ocasião, ela foi levada ao Hospital Lourenço Jorge em estado grave e, posteriormente, transferida ao Hospital Vitória, onde passou por cirurgia, mas não resistiu.

A informação quanto ao laudo do MPRJ foi publicada, inicialmente, pelo "Extra" e confirmada pelo UOL Esporte.

De acordo com laudo pericial produzido pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), o Mini Cooper que era conduzido por Marcinho trafegava entre 86 Km/h e 110 Km/h. A velocidade máxima na via é de 70 Km/h.

Carro do jogador Marcinho, ex-Botafogo, após atropelamento de duas pessoas no Rio de Janeiro - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Segundo o Ministério Público, "o perito do GATE confirma que, baseado na posição e estado em que se encontrava o cadáver no local e a intensidade, extensão e gravidade das avarias no veículo, suas lesões descritas no laudo cadavérico, é possível tecnicamente afirmar que tais lesões são compatíveis com embate, num corpo flácido, de um veículo animado com velocidade acima de 80 Km/h".

Os documentos do GATE/MPRJ também contestam a versão da defesa do lateral de que o "teor alcóolico no organismo, após a ingestão de 5 tulipas de chope, era nulo ou praticamente nulo". Segundo o apresentado, "a conclusão do perito foi no sentido de que o condutor, baseado nos cálculos procedidos, considerando a taxa de metabolização e meia vida para o álcool em humanos, ainda apresentava álcool circulando no seu corpo, quando do momento do atropelamento".

O laudo ressalta ainda que "em razão de não ter permanecido no local, após o acidente, não foi submetido a qualquer exame de alcoolemia".

Durante a investigação, a polícia teve acesso a imagens do interior do restaurante Rei do Bacalhau, no Engenho de Dentro, entre 11h e 13h30 do dia do atropelamento. "As imagens mostram Marcio ingerindo cinco chopes e uma água no período em que esteve no estabelecimento comercial".

O inquérito do caso Marcinho foi finalizado no dia 2 de fevereiro de 2021, pelo delegado Alan Luxardo, da 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, e entregue ao Ministério Público, com indiciamento por duplo homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, e agravante pela fuga do local.

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