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Brazil e a saída de Lucão do Vasco: 'Todos entenderam que era bom negócio'

Goleiro Lucão, de 20 anos, está de saída do Vasco da Gama a caminho do Red Bull Bragantino - Rafael Ribeiro / Vasco
Goleiro Lucão, de 20 anos, está de saída do Vasco da Gama a caminho do Red Bull Bragantino Imagem: Rafael Ribeiro / Vasco

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/01/2022 15h36

Antes de apresentar oficialmente o zagueiro equatoriano Luis Cangá, o gerente geral de futebol do Vasco, Carlos Brazil, explicou os detalhes da iminente saída do goleiro Lucão para o Red Bull Bragantino, algo que tem gerado muitas críticas pelo modelo do negócio.

Campeão olímpico e com o rótulo de promessa, o arqueiro de 20 anos sairá sem compensação financeira, abrindo mão de um contrato de mais dois anos, apenas com a contrapartida de que o Cruzmaltino ficará com 50% de seus direitos econômicos em caso de uma futura venda. Segundo Brazil, além da vontade do atleta, todos internamente entenderam que se tratava de um bom negócio.

"Houve um entendimento da diretoria e de todos no clube de que a proposta seria muito boa. O Lucão abriu mão da dívida que nós tínhamos com ele, abriu mão de um contrato de dois anos com um valor relativamente alto. Além disso, ele também queria sair, queria um novo desafio. Além de toda essa geração de 'receita' para o clube, a gente entende que ficando com um grande percentual do jogador, ele tem condições de se valorizar em um clube de Série A, com um contrato de cinco anos. A gente fica com um percentual grande e ainda podemos vender 20% em até dois anos para o Bragantino", declarou, complementado:

"Todos entenderam que era um bom negócio. Nós temos acesso a dados que as pessoas não têm, como relatórios, planilhas, números... A gente sabe o que é melhor para o clube. O Lucão está nos deixando, mas vamos acompanhar a trajetória dele".

Lucão acabou sendo alvo de muitas críticas na reta final da Série B do ano passado, quando foi lançado na "fogueira" e não conseguiu o acesso junto com seus companheiros. Brazil citou o ambiente hostil como algo que também pesou na decisão.

"Foi um ano difícil. Muitos dos meninos até foram ameaçados. Tenho de ter um cuidado quando falo isso. Alguém pode dizer: 'você está indo contra a torcida?'. De maneira nenhuma. A torcida é o maior ativo do clube. Nós vamos passar pela instituição, e ela vai continuar, é centenária, vai viver mil anos. Ninguém é maior do que a instituição, e o torcedor é parte disso. Porém, às vezes, ele extrapola. Você me ameaçar é uma coisa. Ameaçar um menino de 18 anos tem mais dificuldade. A gente passa que está protegendo e que confia neles. A grande maioria dos meninos ficaram e aqui vão continuar. Óbvio que quem não quer ficar, a gente vai entender e vamos procurar a melhor solução para o clube", comentou.

Segundo colocado nas últimas eleições do Vasco e com seu grupo político tendo direito a 30 cadeiras no Conselho Deliberativo, Julio Brant se manifestou dizendo que irá cobrando explicações da diretoria pelo modelo de negócio com o goleiro Lucão: