Um mês de Ronaldo no Cruzeiro: adeus de Fábio, choque de gestão e esperança
Há exato um mês o Cruzeiro foi vendido para Ronaldo, que comprou 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube mineiro. Parece pouco tempo, mas muita coisa aconteceu desde então. O rumo celeste mudou completamente após 18 de dezembro de 2021. O UOL Esporte listou algumas das alterações mais impactantes nos primeiros 30 dias do Fenômeno à frente do time.
O adeus de Fábio
A notícia de maior impacto na torcida celeste foi a saída do goleiro Fábio. O jogador de 41 anos foi quem mais vestiu a camisa estrelada na história, com 976 aparições, e chegou a renovar o vínculo para 2022. Mas uma dívida pendente, a falta de acerto financeiro e o desejo de mudanças por parte da equipe de Ronaldo encerraram o ciclo que começou em 2005.
Uma decisão impopular, mas necessária e sem volta, de acordo com Ronaldo.
O futebol replanejado
Vanderlei Luxemburgo terminou a Série B no Cruzeiro. O técnico teve o contrato renovado para 2022 e traçou o planejamento celeste para a temporada, ao lado de Alexandre Mattos, que seria o diretor de futebol. Juntos, eles fizeram nove contratações pensando no time que tentaria o acesso à elite do Brasileirão pelo terceiro ano consecutivo. Mas a chegada de Ronaldo mudou tudo.
Caiu Luxemburgo, caiu Mattos e as contratações foram revistas. Alguns tiveram de renegociar, casos dos zagueiros Maicon e Sidnei, e outros nem sequer se apresentaram, como Jailson, Pará e Fernando Neto.
Redução de R$ 55 milhões no orçamento
Na primeira entrevista coletiva como proprietário do Cruzeiro, Ronaldo revelou que o orçamento inicial do Cruzeiro era de R$ 90 milhões para 2022, mas com receitas de apenas R$ 60 milhões e toda já antecipada. Uma das primeiras medidas do Fenômeno foi ajustar valores para dentro da realidade cruzeirense. Assim, o orçamento caiu para apenas R$ 35 milhões. A folha salarial que seria de R$ 4,5 milhões por mês precisa ser reduzida para cerca de R$ 1,5 milhão.
Foi dentro dessa realidade mais enxuta que o Cruzeiro optou por Paulo Pezzolano. O técnico uruguaio tem o modelo de jogo que agrada a Ronaldo e equipe, além de ser muito mais barato do que seria Luxemburgo. O mesmo foi aplicado na busca por reforços. Já sob a nova gestão, o Cruzeiro anunciou Waguininho e Willian Oliveira, que chegaram sem custos. Assim como a escolha de Pedro Martins para ser o diretor de futebol, ao invés de Alexandre Mattos.
Do protesto à esperança
Sem dúvida nenhuma o primeiro grande impacto de Ronaldo no Cruzeiro foi recuperar a confiança no torcedor. Após alguns anos acumulando resultados negativos, um rebaixamento e duas tentativas frustradas de acesso, o cruzeirense entra em 2022 mais confiante do que foi em 2020 e 2021, nos dois primeiros anos de Série B.
É verdade que a relação entre torcedor e Ronaldo teve um protesto no meio do caminho, após a saída do goleiro Fábio. Mas a explicação dada por Fenômeno e a sinceridade ao responder sobre a situação financeira do clube mudaram o cenário. Hoje o cruzeirense está ao lado de Ronaldo. Um bom exemplo está no número de adesão dos sócios-torcedores. Eram cerca de 10 mil em 18 de dezembro e agora já são mais de 25 mil associados.
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