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Cariocão ou Champions? Estadual do Rio tem Roberto Baggio, Di María e Zizu

Meia Roberto Baggio, de 24 anos, atuará pelo Bangu no Carioca: nome inspirado no ex-jogador italiano - Caio Almeida / Bangu AC
Meia Roberto Baggio, de 24 anos, atuará pelo Bangu no Carioca: nome inspirado no ex-jogador italiano Imagem: Caio Almeida / Bangu AC

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/01/2022 04h00

Ao jogar nos sites de busca na internet os nomes de Roberto Baggio, Di Maria e Zizu, não se surpreenda se as pesquisas te levarem à notícias relacionadas ao Campeonato Carioca de 2022. Elas não estão equivocadas geograficamente. De fato, tais atletas disputarão o Estadual do Rio de Janeiro, que prosseguirá com sua primeira rodada hoje (26).

Roberto Baggio Ribeiro da Costa, ou simplesmente Roberto Baggio, é um meia de 26 anos - natural de Macapá (AP) - que atuará pelo Bangu, time do técnico Felipe Maestro, que estreará amanhã (27) contra o Fluminense.

Como já se pode imaginar, seu nome foi inspirado no craque italiano da década de 90, atualmente com 54 anos, e que ficou marcado por perder o pênalti que deu o tetracampeonato mundial para o Brasil em 1994. Segundo o banguense, seu pai queria prestar uma homenagem.

"Foi por causa do jogador italiano mesmo. Na verdade, o meu pai quis homenagear o Brasil. Afinal, o Roberto Baggio foi um grande craque na época, mas acabou 'dando' o título para a Seleção Brasileira", explicou o Baggio brasileiro ao UOL Esporte.

Meia Zizu, do Resende: alcunha inspirada no apelido "íntimo" do craque francês Zinedine Zidane - Divulgação / Resende - Divulgação / Resende
Meia Zizu, do Resende: alcunha inspirada no apelido "íntimo" do craque francês Zinedine Zidane
Imagem: Divulgação / Resende

Descendo para a região sudoeste do Estado do Rio de Janeiro você poderá dar de cara com Zizu — pronúncia em português de 'Zizou' —, alcunha de Iresânio Antonio da Silva Nogueira Junior, meia de 33 anos do Resende.

O "nome artístico" do atleta foi inspirado no apelido íntimo dado a ninguém menos que Zinedine Zidane, craque francês, campeão mundial por sua seleção e que atuou por Real Madrid, Juventus, e hoje é treinador aos 49 anos.

Quem "batizou" Iresânio como Zizu foi um ex-jogador chamado Júnior Braddock, que atuou com ele em outro clube e que ficou impressionado com sua qualidade técnica.

Indo para a Região dos Lagos do Rio de Janeiro, mais precisamente nos municípios de Saquarema e Bacaxá, você pode ter a chance de encontrar Di María. Mas calma! Não é que o jogador argentino do PSG esteja passando férias no local praiano que recebe etapas do Mundial de surfe. É que no Boavista, clube de lá, existe um também atacante que atende por esta alcunha.

Di María, do Boavista, ganhou apelido pela semelhança física com o atacante argentino do PSG - Americano Futebol Clube - Americano Futebol Clube
Di María, do Boavista, ganhou apelido pela semelhança física com o atacante argentino do PSG
Imagem: Americano Futebol Clube

Seu nome, na verdade, é Jeferson Carvalho da Silva, mas basta olhar para ele que você verá que a semelhança física com o "hermano" é de impressionar, algo que motivou o apelido.

"Então, desde a base tenho esse apelido pela aparência, né? Meus companheiros de equipe, assim que cheguei ao clube, me receberam assim. Esse apelido pegou e está aí", declarou à Cariocão TV.

O "Di María" brasileiro é natural de Itiquira (MT) e tem 23 anos. Ele começou no União Esporte Clube, da cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso, antes de chegar ao Americano, de Campos dos Goytacazes (RJ). Ontem (25) esteve em campo como titular do Boavista no empate em 1 a 1 com o Botafogo no estádio Nilton Santos (RJ).

Baggio: 'Gosto de bater pênalti. E bato bem'

Roberto Baggio, o brasileiro, tem 26 anos, é meia e foi revelado pelo Água Santa (SP) - Caio Almeida / Bangu - Caio Almeida / Bangu
Roberto Baggio, o brasileiro, tem 26 anos, é meia e foi revelado pelo Água Santa (SP)
Imagem: Caio Almeida / Bangu

Revelado pelo Água Santa (SP), o Roberto Baggio brasileiro já é um "andarilho da bola" mesmo com apenas 26 anos. Com passagens por outros clubes de menor expressão de São Paulo, além de Ponte Preta, Sampaio Corrêa e até um clube da Eslováquia, o atacante demonstra ter personalidade.

Questionado se tinha o costume de bater pênaltis — já que seu xará ficou marcado eternamente por perder um numa final de Copa do Mundo - o meia não só disse que sim como também afirmou que cobra bem.

"Sempre estou pronto para bater. Não fujo da responsabilidade. Apesar da pressão, gosto de bater pênalti. E bato bem. Treino muito", garantiu.

Roberto Baggio perde pênalti na final da Copa do Mundo 1994 - Neal Simpson/EMPICS via Getty Images - Neal Simpson/EMPICS via Getty Images
Roberto Baggio, o italiano, perde pênalti na final da Copa do Mundo de 1994 e "dá" o tetra para o Brasil
Imagem: Neal Simpson/EMPICS via Getty Images

Roberto Baggio, o brasileiro, nem era nascido quando o seu xará italiano chutou para fora o pênalti que deu o tetracampeonato mundial ao Brasil. No entanto, o meia teve a curiosidade de procurar no Youtube e ficou impressionado com os lances do ex-craque de Juventus, Milan, Internazionale de Milão e outros.

"Já vi alguns vídeos dele. Era um craque de bola. A imagem que eu tinha dele era do pênalti perdido contra o Brasil na final, mas depois que vi, me liguei que ele foi um dos maiores nomes do futebol mundial", disse o jogador do Bangu de 26 anos.

Baggio teve posição mudada por Felipe: 'Sabe muito'

Ídolo do Vasco, Felipe Maestro é o treinador e a grande estrela do Bangu no Campeonato Carioca - Caio Almeida / Bangu AC - Caio Almeida / Bangu AC
Técnico do Bangu, Felipe Loureiro tirou Baggio da lateral, o colocou de meia e jogador virou destaque
Imagem: Caio Almeida / Bangu AC

Ano passado, Roberto Baggio foi alvo de uma "experiência" do técnico Felipe Maestro que deu certo. Na Série D do Campeonato Brasileiro, o treinador o sacou da lateral direita e começou a utilizá-lo no meio de campo, tornando-se um dos destaques na campanha do Alvirrubro, que parou na segunda fase sendo eliminado pelo Joinville nos pênaltis.

"Um privilégio estar convivendo com um nome consagrado do mundo do futebol como o Felipe. É um treinador que conhece muito. Tem a visão de mudar os jogadores de posição pelas suas características, sabe o que faz. Me testou de segundo volante na Série D e agora me colocou de meia de novo, que é minha posição original. Aprendi e aprendo todo dia com ele. Uma referência. Até porque sou meia e ele já jogou na posição. Sabe muito", elogiou.

Seedorf, Honda e Deco: 'originais' também jogaram no Rio de Janeiro

Seedorf comemora gol em última rodada do Brasileiro, sobre o Criciúma, no Maracanã - Satiro Sodre/SSPress - Satiro Sodre/SSPress
Holandês Clarence Seedorf teve uma passagem de sucesso pelo Botafogo entre 2012 e 2013
Imagem: Satiro Sodre/SSPress

Não só os sósias e brasileiros com nomes e apelidos inspirados em jogadores de renome mundial atuaram no futebol carioca. Alguns "originais" que disputaram Champions League também já estiveram em clubes do Rio de Janeiro.

O Botafogo, por exemplo, já teve uma passagem de sucesso do holandês Clarence Seedorf, entre 2012 e 2013, e uma apagada do japonês Keisuke Honda, em 2020.

Entre 2010 e 2013, o Fluminense trouxe Deco, que é brasileiro de origem, mas que se naturalizou português e atuou por toda a carreira na seleção lusitana.

Vieri fechou com o Boavista, mas não jogou

Christian Vieri chegou a postar em seu Instagram foto vestido com uma camisa de organizada do Boavista - Instagram de Christian Vieri - Instagram de Christian Vieri
Christian Vieri chegou a postar em seu Instagram foto vestido com uma camisa de organizada do Boavista
Imagem: Instagram de Christian Vieri

No fim de 2010, o Boavista — que era o Esporte Clube Barreira e foi refundado em 2004 — ganhou as manchetes. Afinal, o modesto clube do Rio de Janeiro negociava com ninguém menos que o atacante italiano Christian Vieri, à época com 37 anos e um currículo que contava com passagens por grandes clubes europeus e participação em Copa do Mundo.

A ideia era que o jogador defendesse o Boavista no Estadual do ano seguinte, com a possibilidade de atuar pelo Duque de Caxias na Série B do Brasileiro, uma vez que os clubes tinham uma parceria. O acerto, que seria o de maior impacto na história do clube, porém, não aconteceu.

"Poucas pessoas sabem como foi esse trâmite. Vieri ficou quatro meses no Rio, treinando todos os dias com o Nilton Petrone [o Filé, fisioterapeuta] e o Joelton Urtiga [preparador físico]. Emagreceu, ficou ótimo, mas teve um problema de ordem pessoal bem antes da estreia e teve de sair. Mas tínhamos o contrato assinado, o visto pronto. Foi uma pena, mas foi muito positivo", disse, ao UOL Esporte o presidente do Boavista, João Paulo Magalhães, em matéria publicada em junho do ano passado.