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Atlético-MG planeja 2022 com futebol mais caro, e sem depender dos mecenas

Os quatro mecenas do Atlético-MG: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães - Pedro Souza/Atlético-MG
Os quatro mecenas do Atlético-MG: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

27/01/2022 04h00

Em 2021 o Atlético-MG viveu um ano mágico. Foi a maior temporada na história do clube, que conquistou o Triplete Alvinegro com os títulos do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. O Galo quer mais em 2022, por isso planeja gastar cerca de R$ 76 milhões a mais no futebol em relação ao que desembolsou no ano passado. De acordo com o orçamento do clube, um acréscimo nos gastos e sem depender de nenhum empréstimo. Ou seja, sem o dinheiro dos mecenas.

Não é segredo para ninguém que o Galo só chegou na condição de atual de campeão nacional e dono de um dos três melhores elencos do país por receber aporte financeiro de torcedores bilionários. Foram pouco mais de R$ 400 milhões emprestados ao clube, que devem ser quitados de acordo com a venda de atletas. O dinheiro que começou a ser colocado no Atlético no começo de 2020 financiou a contratação de grandes jogadores e acabou com dívidas na Fifa.

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No ano passado, a diretoria alvinegra projetava gastar R$ 371 milhões com o futebol. Desde o pagamento de salários, dinheiro para buscar reforços e despesas correntes, como custos com viagens. A contratação de Nacho Fernández, por exemplo, e a manutenção do salários em dia em alguns meses só foram possíveis pelo aporte feitos pelos 4 R's, o grupo formado pelos conselheiros Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.

Para 2022 o Atlético preparou um orçamento bem mais robusto, com impacto direto no futebol. O Galo acredita que vai faturar R$ R$ 471 milhões, podendo passar de R$ 800 milhões se a parte restante de um shopping center localizado na região centro-sul de Belo Horizonte for vendida. Em cima do faturamento de R$ 471 milhões, a diretoria alvinegra projeta gastar R$ 447 milhões apenas com o futebol. Um acréscimo de R$ 76 milhões em comparação com 2021.

Dinheiro que o clube pode usar para buscar reforços ou aumentar a folha salarial, vai de acordo com as necessidades da comissão técnica e da diretoria de futebol. Mas diferentemente do que aconteceu nos dois últimos anos, o orçamento do Atlético não prevê a necessidade de pegar dinheiro emprestado.

"O orçamento deste ano não prevê nenhum empréstimo novo. Se tudo der certo, o Atlético vai caminhar com as próprias pernas. Vai ter um orçamento robusto e poderá manter o time", confirmou Rubens Menin, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Dívida de R$ 1,3 bilhão

De acordo com o balaço semestral divulgado pelo Atlético em setembro do ano passado, a dívida do clube é de R$ 1,3 bilhão. Nenhum outro time de futebol no Brasil deve mais do que o Galo. Valores que assustam e fazem surgir questionamentos sobra a política financeira alvinegra. Como um clube que deve tanto dinheiro pode ter um dos elencos mais caros do país?

Em 2021, por causa do desempenho em campo, o Atlético faturou mais de R$ 225 milhões em premiações, exibição na televisão e bilheteira. Deu certo, mas não vai ser todo ano que o Galo será o campeão nacional duas vezes (Brasileirão e Copa do Brasil). Por isso, o clube também prepara a venda de 49,9% de um shopping localizado na região centro-sul da capital mineira. A parte atleticana no empreendimento está avaliada em R$ 350 milhões. Dinheiro que será usado para abater dívidas e reduzir o custo anual com juros, atualmente entre R$ 50 e R$ 60 milhões.

"O que temos feito é preparar o Atlético para ser uma equipe sustentável, que entre em todos os campeonatos com uma equipe competitiva, que é o objetivo máximo de uma equipe de futebol. Não queremos continuar dando muleta ao Atlético. O Atlético tem que caminhar com as próprias pernas", completou Rubens Menin.

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