Tite afirma que árbitro de Equador x Brasil é bom, mas 'esteve mal'
Tite usou o que diz ser um "componente humano" para criticar a escalação do árbitro colombiano Wilmar Roldán no empate de hoje (27) entre Equador e Brasil, pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Cinco decisões importantes — três cartões vermelhos e dois pênaltis para a seleção adversária — foram alteradas depois de consultas do juiz à arbitragem de vídeo ao longo da partida disputada em Quito.
"O árbitro apita muito, ele é muito bom árbitro, mas hoje ele esteve mal. Hoje ele esteve mal.", opinou o comandante da seleção brasileira enquanto explicava seu ponto de vista:
"E deixa eu passar um componente humano. Tu está jogando Eliminatórias onde o primeiro classificado é o Brasil, segundo é a Argentina, terceiro o Equador e o quarto é a Colômbia. E agora vou te dizer, não dá para vir o [árbitro do país] quarto colocado apitar o jogo do terceiro colocado. É pressão, é desumano isso. Falta um pouquinho de sensibilidade de quem comandou ali para não ter, não colocar. Por uma questão humana. Se eu sou o árbitro com toda essa situação vou dizer 'eu não posso errar, porque se eu favorecer ou prejudicar o Equador é porque estou favorecendo a Colômbia'. É um pouquinho de sensibilidade só. Dá para a gente interpretar isso. Bota uma pressão desnecessária. Pode apitar um outro jogo, apita outro árbitro, grandes árbitros estão aí. E ele é bom, mas o ambiente, a situação, é muito pressionante. É um estresse, a milhão", disse Tite em entrevista coletiva pós-jogo no estádio Casa Blanca.
Wilmar Roldán voltou atrás em dois cartões vermelhos mostrados para Alisson, sendo que um deles renderia também pênalti para o Equador aos 46 minutos do segundo tempo. O árbitro também cancelou a marcação de outro pênalti para a seleção da casa, que teria sido cometido por Raphinha, e decidiu expulsar o goleiro Alexander Domínguez somente após ver as imagens do VAR na lateral do campo.
Segundo Tite, o jogo foi atrapalhado pelas decisões erradas de Roldán: "Para o espetáculo a arbitragem prejudicou, esteve num dia infeliz."
Já classificado para a Copa do Mundo, o Brasil avança a 36 pontos em sua campanha invicta nas Eliminatórias, com 11 vitórias e três empates. A atual janela de jogos ainda vai ter um embate na próxima terça-feira (1), às 21h30, diante do Paraguai. O jogo será no Mineirão.
Em defesa de Emerson Royal
Tite também foi questionado na entrevista coletiva sobre a expulsão do lateral-direito Emerson Royal aos 19 minutos do primeiro tempo. O substituto do lesionado Danilo entre os titulares da seleção levou dois cartões amarelos neste curto intervalo de tempo e impediu que o Brasil tivesse mais do que sete minutos com um jogador a mais em campo — o goleiro equatoriano Domínguez já tinha sido expulso.
O treinador saiu em defesa do comandado: "Falei com o Emerson no vestiário e existem situações na nossa vida que elas são de aprendizado. E a gente comete alguns erros em consequência de impetuosidade que a própria maturidade vai dar. Ele errou, ele sabe, eu disse isso a ele. Mas ele não tem técnico que corta na cabeça e entrega na bandeja, não. Ele não faz isso. Ele vai continuar, vai aprender e vai evoluir, porque é assim que nós trabalhamos."
Leia outras respostas de Tite:
Saída de Philippe Coutinho
"Há um lado técnico e há um lado humano e não dissocia isso. Eu pedi desculpa a ele porque a necessidade da equipe naquele momento era de ter um jogador que pudesse jogar os 90 minutos, inclusive, e o Couto estava programado para jogar 70, em torno disso, porque vem num processo de recondicionamento físico."
"O campo encomprida, alarga, altitude, transições, velocidade, o atleta [Coutinho] ia se desgastar demais. A decisão foi de ter um Cunha inteiro, que com Jardine não era só 9, jogava com Richarlison e era jogador de conexão, fazia ele a conexão com os dois meio-campistas [Fred e Casemiro] para chegar nos dois externos [Raphinha e Vinicius Júnior]. Teoricamente três atacantes, mas não eram. Dois atacantes e um flutuador."
Expulsão de Emerson Royal
"Nós temos muito orgulho do nosso trabalho em que muitos poucos atletas são expulsos. O aspecto disciplinar é muito, muito orientado, cobrado e determinado dentro da seleção. Eu não gosto de ter atletas expulsos, isso me fere enquanto técnico e enquanto ser humano, me fere. A circunstância aconteceu, não foi de maldade, foi de impetuosidade, vamos colocar dessa forma. Errado, sim. E precisa ser corrigido, sim. Precisa ter maturidade, sim. Mas não foi de maldade. Por vezes um jogo de contato é assim, e esse foi um jogo de contato."
Desempenho da seleção
"Teve um reajuste de organização, demorou um pouco para assentar, mas esteve mais perto de vencer e com efetividade teria saído com a vitória. Esse era nosso objetivo, nossa ideia, traduzir essas oportunidades todas em gols. Eles fizeram gol de bola parada, marca forte, de um time muito vertical. Não à toa segundo melhor ataque da competição, só atrás do Brasil."
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