Topo

Fluminense

Apesar da vitória, Fluminense ainda não achou esquema ideal para temporada

Abel Braga, técnico do Fluminense, durante duelo com o Bangu, pelo Carioca - Lucas Merçon / Fluminense
Abel Braga, técnico do Fluminense, durante duelo com o Bangu, pelo Carioca Imagem: Lucas Merçon / Fluminense

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/01/2022 04h00

Na estreia, Abel Braga apostou no 3-5-2 para montar o Fluminense. A derrota em casa por 1 a 0 para o Bangu fez o treinador mudar e optar no 3-4-3 diante do Madureira. Apesar do triunfo, também por 1 a 0, o primeiro tempo muito fraco do time indica que a tática ainda precisa ser repensada.

Os 45 minutos iniciais mostraram um time que não conseguia passar pela marcação do rival e era ineficaz de trocar passes para se aproximar do gol. As trocas na segunda etapa mudaram isso, no entanto, deixaram a equipe sem poder de marcação no meio-campo.

A alternativa com três zagueiros, utilizada em ambos os jogos pelo treinador, parece ser a melhor para Felipe Melo. O jogador chegou a atuar de zagueiro no Palmeiras com Luxemburgo, mas retornou para o meio-campo após a saída do treinador. Atuando como um líbero, ele une o melhor dos mundos, com a liberdade para iniciar a construção das jogadas sem o risco de ser o último homem.

Desta forma, o Flu ganha na qualidade de passe e não corre o risco de, em uma falha, ter um atacante adversário cara a cara com o goleiro. Por outro lado, ao colocar dois alas e apenas dois homens no interior da segunda linha, a produção de jogadas é dificultada.

A inferioridade numérica aliada ao baixo poder de criação de Yago Felipe e André, que iniciaram o jogo, impediu o clube das Laranjeiras de ameaçar a defesa do Madureira. O erro foi corrigido com a entrada de Nathan no intervalo. Contudo, a opção de apenas um marcador no setor pode expor demais o tripé defensivo diante de um adversário com maior poder de fogo na frente. A tendência é encontrar times assim, tanto na pré-Libertadores como na fase final do Carioca.

Testar uma formação com a tradicional linha de quatro na defesa é uma alternativa, porém fica a dúvida: se isso acontecer, Felipe Melo iria para o banco, seria deslocado para a zaga ou entraria como volante?

Além dos problemas atrás, Abel terá que pensar para formar o trio ofensivo. Aos 38 anos, Fred tem a sombra de Cano, de 33, para ser o centroavante da equipe. Imaginar os dois juntos é improvável, pois isso afetaria demais a recomposição do time.

Willian Bigode parece ter ganho a confiança do treinador no ataque. O fato de poder atuar tanto nas pontas como sendo um segundo atacante também deixam o atleta em uma boa posição para ser escolhido. A dúvida então volta para o meio-campo: o setor será reforçado ou teremos espaço para que Luiz Henrique entre pelas beiradas do campo?

Na pré-temporada, o clube trouxe reforços e ofereceu opções para Abel, que tem até o próximo dia 22 para definir qual será a formação ideal para encarar o Millonarios-COL, na primeira fase da Libertadores.

Antes disso, o time volta suas atenções ao Estadual. O próximo teste do Tricolor acontecerá na quinta (3), às 21h, quando recebe, no estádio Luso-Brasileiro, o Audax Rio pela terceira rodada.

Fluminense