Brasil goleia o Paraguai com pintura de Coutinho e brilho dos garotos em BH
A seleção brasileira goleou o Paraguai por 4 a 0 na noite de hoje (1), no Mineirão. O jogo valeu pela 16ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar e teve gols marcados por Raphinha, Philippe Coutinho, Antony e Rodrygo.
Escalado com uma formação ofensiva, que tinha apenas Fabinho como volante, Daniel Alves mais adiantado que o normal para um lateral-direito e cinco jogadores de meio e ataque, o Brasil dominou as ações do início ao fim e venceu com autoridade. A seleção chega a 39 pontos na liderança das Eliminatórias e mantém a perseguição à marca de melhor campanha da história: é preciso de quatro pontos nos dois jogos finais para isso.
As rodadas finais estão marcadas para os dias 24 e 29 de março. O Brasil enfrenta o Chile na Arena Fonte Nova e a Bolívia fora de casa.
Coutinho e Marquinhos: os melhores
Tite vê muito potencial em Coutinho. E o jogador correspondeu ao primeiro jogo com mais tempo para mostrar serviço na seleção desde o período de afastamento por causa de uma lesão no joelho. "Sacrificado" contra o Equador após a expulsão precoce de Emerson, o meia mostrou diante do Paraguai um repertório de lançamentos precisos —após um deles, Vini Jr. perdeu chance clar. Para coroar, um belo gol: uma batida característica, de fora da área. Os pais e os irmãos de Coutinho estavam no Mineirão e assistiram a tudo de perto.
Mas o detalhe da construção do gol de Coutinho é o gancho para falar de outro destaque da seleção: o zagueiro Marquinhos. Ele já tinha dado o lançamento que gerou o gol de Raphinha e fez o passe no meio-campo que resultou no tapa de Coutinho. Não foi uma atuação que exigiu da zaga brasileira na parte defensiva, mas Marquinhos foi decisivo pela qualidade com a bola no pé e visão de jogo. Sem contar com as inversões que ele e Thiago Silva distribuíram para os pontas da seleção. Talento puro.
Gol anulado logo no começo
O jogo começou muito agitado e a rede do Paraguai balançou no primeiro minuto de bola rolando. Daniel Alves cobrou lateral para Matheus Cunha, que sustentou a posse de bola no corpo até a chegada de Raphinha, que armou um lance individual dentro da área e chutou cruzado para marcar. Após checagem no VAR, a arbitragem anulou o lance por causa de um toque de mão do atacante.
Do treino para o jogo
Um aspecto treinado por Tite e que quase resultou em um gol no primeiro tempo diz respeito às faltas laterais —nesse caso específico, na meia ou ponta esquerda. Posicionam-se Coutinho e Alex Telles na bola. Coutinho ajeita a bola com carinho, simula que será o cobrador e, assim que soa o apito, sai rapidamente para a batida do canhoto que está ao seu lado. A ideia é pegar a defesa adversária desprevenida, sem saber se a bola virá aberta ou fechada. Os jogadores brasileiros, claro, já sabem quem é o cobrador do momento. A cabeçada de Thiago Silva obrigou o goleiro paraguaio a fazer uma grande defesa.
4-1-4-1 como nos velhos tempos
Tite escalou a seleção no 4-1-4-1, como foi no auge de desempenho dos seus cinco anos de comando. Apesar desta formação inicial, o comportamento dos jogadores em campo obedeceu mais às funções do que às posições. Daniel Alves, por exemplo, era o lateral-direito do time, mas em boa parte do jogo funcionou como volante ou meia armador. Lucas Paquetá era um dos meias da formação, mas se alinhou com Matheus Cunha para aumentar o volume ofensivo.
Fato é que o Brasil dominou as ações o jogo todo. No primeiro tempo foram 79% de posse de bola e dez finalizações, com bom volume de chances criadas pelos pés de Raphinha e Vinicius Júnior, partindo bem abertos das pontas para o jogo pessoal. Na etapa complementar a posse caiu um pouco, para 75%, e o jogo ficou mais concentrado nos meias, mas o número de chutes a gol foi até maior, 12. Tite também rodou o time, com Antony, Gabriel Jesus, Everton Ribeiro e Rodrygo, e a goleada só fez aumentar.
Confusão na arquibancada
O começo do jogo ficou marcado por uma briga nas arquibancadas. Por volta dos dez minutos, torcedores se enfrentaram no setor próximo da meta defendida por Antony Silva. Houve troca de socos e cadeiras atiradas uns nos outros. Cerca de 20 envolvidos foram identificados e detidos pelas autoridades —os torcedores foram identificados pela Polícia Militar como integrantes das organizadas Galoucura e Máfia Azul. Também houve necessidade de atendimento médico para torcedores feridos.
Os gols
O primeiro gol do Brasil saiu aos 27 minutos do primeiro tempo. Do campo de defesa, Marquinhos acertou lançamento preciso para Raphinha, que dominou já dentro da área do Paraguai e bateu de pé esquerdo no canto para abrir o placar — desta vez, valeu.
O segundo saiu aos 16 minutos da etapa complementar. Novamente preciso e inteligente, Marquinhos deu um passe rasante que atravessou a defesa do Paraguai e encontrou Philippe Coutinho com marcação frouxa. O meia dominou, ajeitou o corpo, escolheu o canto e soltou o pé sem defesa para o goleiro adversário.
As mexidas de Tite não baixaram a guarda da seleção. Quem entrou estava com apetite. O combalido Paraguai já estava nocauteado e viu Antony acertar um belo chute de canhota que deixou o goleiro quase inerte aos 40 minutos. O meia-atacante do Ajax, inclusive, estava naquele momento na faixa direita do campo, apesar de ter substituído Vini Jr. na ponta esquerda. Ainda deu tempo de mais um garoto chamado por Tite fazer seu gol pela seleção: a triangulação em velocidade na área resultou na finalização de Rodrygo para o fundo da rede, aos 43. Goleada com autoridade.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 4 X 0 PARAGUAI
Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo, 16ª rodada
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data/hora: 1 de fevereiro de 2022, terça-feira, às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Assistentes: Maximiliano Del Yesso e Andrés Merlos (ARG)
VAR: Patricio Lostau (ARG)
Público e renda: 32.344 pagantes/R$ 2.894.830,00
Cartões amarelos: Arzamendia, Mathías Villasanti, Junior Alonso (Paraguai)
GOLS: Raphinha, aos 27/1ºT (1-0), Philippe Coutinho, aos 16/2°T (2-0), Antony, aos 40/2ºT (3-0) e Rodrygo, aos 42/2ºT (4-0).
BRASIL: Ederson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Telles; Fabinho, Lucas Paquetá (Rodrygo, aos 36/2ºT) e Philippe Coutinho (Bruno Guimarães, aos 27/2ºT); Raphinha (Everton Ribeiro, aos 36/2ºT), Vini Jr. (Antony, aos 15/2ºT) e Matheus Cunha (Gabriel Jesus, aos 15/2ºT). Técnico: Tite
PARAGUAI: Antony Silva; Robert Rojas (Escobar, no intervalo), Balbuena, Junior Alonso e Arzamendia (David Martínez, no intervalo); Braian Ojeda, Mathías Villasanti (Benítez, aos 23/2ºT), Richard Sánchez e Braian Samudio; Miguel Almirón; Carlos González (Sanabria, aos 23/2ºT). Técnico: Guillermo Barros Schelotto
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