Yuri vai das críticas no Santos à venda recorde do Inter em menos de 2 anos
Yuri Alberto foi contratado pelo Internacional em agosto de 2020 com um modelo de negócio que não mirava apenas o presente, mas o futuro. Desde o início, o Colorado via no então atacante do Santos um jogador subvalorizado, que poderia estourar rapidamente e render alto em venda para a Europa. Foi exatamente o que aconteceu. Com valorização gigantesca em menos de dois anos, a profecia gaúcha transformou o atacante criticado na Vila Belmiro na maior venda de sua história.
Yuri Alberto foi negociado por 25 milhões de euros (cerca de R$ 148,9 milhões na cotação atual). O Inter ficou com aproximadamente R$ 113 milhões e ainda manteve 10% de uma negociação futura do atacante.
Há menos de dois anos, o Colorado pagou perto de R$ 10 milhões por ele - para estafe e jogador. Na ocasião, o Colorado primeiro agiria com auxílio de um investidor, mas conseguiu diluir pagamentos e arcar com o custo com suas próprias forças, evitando que agora já tivesse valor comprometido.
O Santos manteve 5% e conseguiu renegociar a dívida que tinha na compra dos direitos de Eduardo Sasha, anos antes. Na noite de ontem (1º), o Inter conseguiu na Justiça a penhora deste porcentagem a qual o Peixe tem direito. Os R$ 7,5 milhões serão depositados em juízo. Segundo apurou o UOL Esporte, a dívida é referente à variação cambial da dívida que o Peixe tem com o Colorado pela compra dos direitos do atacante Leandro Damião, em 2013.
Com 16 anos, Yuri Alberto foi promovido ao elenco profissional no fim de 2017 ao lado de Rodrygo. Artilheiro nas categorias de base, Yuri não se adaptou tão rápido quanto o atual atacante do Real Madrid e demorou a se firmar.
Yuri alternou entre base e profissional até 2020, último ano de contrato. Como não tinha muitas chances de atuar pelo Santos, o atacante de 20 anos recusou propostas de renovação. Numa cartada final, o Peixe conversou com o então técnico Jesualdo Ferreira e colocou o centroavante para jogar.
Yuri foi titular no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores, mas a negociação seguiu travada. Com vínculo apenas até julho, ele deixou de ser escalado e aceitou o projeto do Internacional. À época, o Colorado ofereceu salário de R$ 200 mil (com possibilidade de aumentar até R$ 230 mil), além de ceder 15% dos direitos econômicos e R$ 10 milhões em luvas à vista - R$ 5,2 mi pela assinatura e R$ 4,8 mi em direitos de imagem.
Com a preferência do segundo contrato profissional previsto na Lei Pelé, o Santos cobriu a proposta do Inter, que anunciou a desistência. Dias depois, porém, os clubes chegaram em acordo.
O Peixe do então presidente José Carlos Peres ficou com 5% dos direitos econômicos de Yuri Alberto e renegociou a dívida pela contratação de Eduardo Sasha. O Alvinegro parcelou o pagamento de R$ 519 mil em 24 vezes e deixou de pagar quatro parcelas. Esse atraso dava ao Inter a possibilidade de cobrar o valor total de uma vez. O Colorado não exigiu a multa.
Sucesso imediato no Sul
Se a adaptação atrapalhou Yuri no Santos, o processo foi rápido no Inter. Depois de sofrer lesão logo depois de sua chegada e pouco atuar com o técnico Eduardo Coudet, a partir da chegada de Abel Braga a situação mudou totalmente. A confiança recebida do atual comandante do Fluminense foi fundamental para o desabrochar na capital gaúcha.
Foram 29 jogos, 11 gols e duas assistências naquela temporada. O suficiente para iniciar 2021 em alta, certo? Bem, não exatamente. Contratado para comandar a equipe, o técnico Miguel Ángel Ramírez previa que o atacante estaria no fim da fila por oportunidades. O espanhol daria preferência para Paolo Guerrero, Abel Hernández e Thiago Galhardo.
Mas o campo se encarregou de mudar o cenário. Ramírez acabou demitido, Yuri voltou a ser incontestável e terminou o ano como artilheiro. Foram 19 gols e quatro assistências em 55 partidas. Neste ano, no único jogo que disputou, fez um gol.
Enquanto crescia de rendimento, cumprindo previsão do Inter, o Yuri recebia ofertas. O Colorado, nos bastidores, a cada recusa elevava sua pedida. Não quis vender os direitos do jogador por 9 milhões de euros (R$ 53,7 milhões na cotação atual) nem por 10 milhões de euros (R$ 59,6 milhões). Elevou a pedida para 15 milhões, depois 20 milhões e acabou negociando o jogador por 25 milhões da moeda europeia.
O crescimento do jogador estava tão dentro do esperado que outras vendas foram feitas para que o Colorado não se obrigasse a aceitar qualquer proposta. Escorado no orçamento atingido, o Inter optou por liberar o atleta apenas quando se sentiu totalmente atendido no modelo de negócio, diferente do que houve com o Santos anos antes.
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