Como os finalistas da Copa Africana podem influenciar o Mundial de Clubes
O Senegal venceu o Egito por 4 a 2 nos pênaltis e se tornou, pela primeira vez, campeão da Copa Africana das Nações. O confronto, marcado pelo encontro entre os colegas de Liverpool Mohamed Salah e Sadio Mané, teve protagonismo da equipe senegalesa —e o ídolo mais uma vez em destaque. Mané perdeu um pênalti aos cinco minutos de jogo, mas converteu o chute decisivo para a vitória.
A partida deste domingo (6) poderá influenciar outro torneio em que o Brasil está de olho, o Mundial de Clubes, cujos jogos da semifinal acontecem nesta semana. Al Ahly, do Egito, pega o Palmeiras na terça-feira (8) —3 a expectativa é de que o time chegue reforçado para a disputa: cinco titulares estarão de volta ao elenco. Embora o goleiro El-Shennawy, titular tanto do time quanto da seleção egípcia, esteja machucado e não deva jogar.
Os zagueiros Ayman Ashraf e Mohamed Abdelmoneim, os meias Hamdi Fathi e Amr El-Sulya e o atacante Mohamed Sheri não participaram do jogo das quartas de final contra o Monterrey, do México, porque estavam com a seleção do Egito para a disputa da Copa Africana de Nações. Agora estão à disposição. Mesmo sem metade do elenco titular, o time venceu o Monterrey, que era favorito.
Isso significa que o Al Ahly estará fortalecido para o duelo contra o Palmeiras. Ainda não se sabe se os cinco jogadores começarão a partida como titulares, já que precisarão viajar por sete horas para chegar a Abu Dhabi. O Al Ahly, inclusive, fretou um avião para que os jogadores deixem Camarões e estejam o mais rápido possível a serviço do técnico Pitso Mosimane.
Mas não para por aí. Senegal também pode influenciar o Mundial de Clubes. O retorno de Mendy, melhor goleiro do mundo, segundo o The Best da Fifa, também aumenta o favoritismo do Chelsea, que enfrenta o Al-Hilal na quarta-feira (9).
Mendy foi campeão da Champions League pelo clube e fez defesas importantes para na vitória do Senegal contra o Egito —defendeu um chutaço de Salah e pegou o pênalti de Lasheen. Mendy, na verdade, foi um dos principais responsáveis pela primeira conquista da Copa Africana de Nações pelo Senegal.
E o Palmeiras?
Para André Rocha, colunista do UOL, o terceiro lugar na última edição do Mundial já é um indício de que o Al Ahly dará trabalho ao Palmeiras. "O Al Ahly já seria um problema para o Palmeiras pela vitória nos pênaltis na decisão do terceiro lugar da edição passada. Adicione aí o forte sistema defensivo e por entrar mais relaxado, passando pela estreia e disputando a semifinal como "zebra" absoluta", disse.
O Palmeiras apresenta algo bem raro no futebol brasileiro: a continuidade no trabalho de uma comissão técnica e a manutenção de elenco. Para o Al Ahly, porém, esse é um aspecto comum. A base de ambos vai medir forças novamente, com elencos que perderam poucas peças desde então. Do elenco alviverde que acabou derrotado pelo Al Ahly na disputa pelo terceiro lugar no ano passado, se pegarmos a formação titular mais usada por Abel, somente Luiz Adriano deixou o clube.
Outras peças relevantes que saíram foram o atacante Willian e o volante Felipe Melo. Se considerados os 23 inscritos na edição de 2020, o clube alviverde conta repete 15 nomes —ou 65%— em seu atual elenco.
A situação se repete no Al Ahly, que tem em seu elenco 74% dos atletas levados ao Mundial passado: são 17 de 23, além de três que saíram por empréstimo, mas pertencem ao clube egípcio. Se somados, portanto, os 23 inscritos dos paulistas e egípcios no Mundial do ano passado, a média é de aproximadamente 70% dos elencos mantidos entre os 46 atletas das duas equipes.
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