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Michael, ex-Fla, e 'brasileiro gringo' são heróis dos sauditas no Mundial

Brasileiro Matheus Pereira comemora ao fazer gol pelo Al-Hilal contra o Al-Jazira - Giuseppe CACACE / AFP
Brasileiro Matheus Pereira comemora ao fazer gol pelo Al-Hilal contra o Al-Jazira Imagem: Giuseppe CACACE / AFP

Diego Iwata Lima

Do UOL, em Abu Dhabi (Emirados Árabes)

07/02/2022 04h00

Com histórias opostas, os brasileiro Matheus Pereira, meia, e Michael, ex-Flamengo, foram os maiores destaques da goleada de virada do Al Hilal (SAU) sobre o Al Jazira (EAU) na noite de domingo (6) em Abu Dhabi. Michael mal chegou no clube e já virou xodó. Já Pereira nunca pisou como profissional em um campo no Brasil.

Pereira foi autor do gol que virou o placar para os atuais campeões asiáticos e saiu do 6 a 1 como "Man of the Match" na escolha da Fifa. E Michael, mesmo entrando aos 40 min do segundo tempo, foi o único a ter o nome gritado pelos torcedores, enlouquecidos a cada toque seu na bola.

"Soubemos manter os pés no chão", disse o ex-rubro-negro, após o jogo. Segundo ele, o maior problema da nova vida na Arábia Saudita vem sendo a questão do fuso-horário, algo que a reportagem do UOL Esporte entende muito bem, diga-se.

"São seis, sete horas. Mas eu vou me adaptar rápido", disse ele, que está há apenas uma semana na Arábia Saudita. Nos Emirados, a diferença para o horário de Brasília é ainda maior: nove horas.

Sobre ter começado no banco de reservas, o atacante não se mostra preocupado. "Estou chegando agora, tenho que conquistar espaço aos poucos".

Derrotado pelo Palmeiras na final da Libertadores, no fim das contas, o ponta deu um jeito de disputar o Mundial. "A gente tem que aproveitar as oportunidades que Deus nos dá", disse, protocolar.

Meia hora de entrevistas

Já Matheus Pereira, um "brasileiro gringo" que nunca jogou no Brasil, cansou-se de dar entrevistas pós-jogo. Literalmente.

No esquema desenhado pela Fifa, os jogadores primeiramente são abordados pelas equipes de TV. E depois de mais de 30 minutos sob olhares das câmeras, ele passou pela reportagem do UOL Esporte e pediu desculpas por não parar para falar. Tinha ainda que fazer a foto oficial da Fifa com o troféu de melhor do jogo.

"Cara, estou cansado demais, desculpa mesmo", disse ainda com um sonoro sotaque mineiro de Belo Horizonte, vindo diretamente do campo de jogo.

O ex-jogador do West Bromwich (ENG), comprado pelo Al Hilal por exorbitantes 15 milhões de euros (R$ 91 milhões), em agosto de 2021, iniciou a carreira na base do Sporting (POR) em 2010, passou pelo futebol alemão —Nuremberg— e vai rever um clube inglês na próxima quarta-feira (9), pela semifinal da competição, quando seu time vai encarar o Chelsea (ING).

Certamente terá vida bem menos fácil do que teve diante do representante do país-sede do Mundial, o fraco campeão nacional Al Jazira, que pertence aos donos dos Emirados Árabes, na prática, e do Manchester City, oficialmente.

A defesa emiradense, que protagonizou lances amadores, é capitaneada pelo goleiro Ali Khasseif, claramente acima do peso ideal, que também é o arqueiro da seleção dos Emirados Árabes. Não está muito bem servida na posição, a terra do Xeque Khalifa bin Zayed Al Nahyan.