Quase três anos após denúncias, Cruzeiro vota a expulsão de ex-presidente
No fim de maio de 2019, várias denúncias feitas pelo Fantástico, da Rede Globo, explodiram como bombas dentro do Cruzeiro. Os reflexos foram imediatos e repercutem até hoje. Naquela temporada, a Raposa estava muito bem dentro de campo, mas após a revelação de uma série de irregularidades cometidas pelos dirigentes celestes, o clube mergulhou em crise que resultou no rebaixamento à Série B do Brasileiro e numa situação financeira caótica.
Então presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá resistiu no cargo até dezembro de 2019. Algumas semanas após a queda no Brasileirão, o dirigente apresentou sua carta de renúncia. Passados quase três anos das denúncias, o ex-mandatário pode ser expulso do quadro de conselheiros do clube, em votação que acontece nesta segunda-feira à noite.
Wagner Pires de Sá será julgado por "falta de natureza grave" cometida ao longo do mandato. Foram dois anos à frente do clube, em 2018 e 2019. O mandatário terá direito a defesa para tentar evitar a expulsão. O cronograma da votação prevê a leitura completa do relatório sobre o ex-dirigente, às 19h, seguida pela participação da defesa. Só então que os conselheiros presentes vão voltar pela expulsão ou não do ex-presidente. A votação será fechada, e a presença de público e imprensa está proibida.
Outros envolvidos nas denúncias apresentadas pelo Fantástico, o então vice-presidente de futebol, Itair Machado, e o diretor, Sérgio Nonato, não podem ser punidos pelo conselho do clube. E a explicação é simples: eles não têm mais nenhum tipo de ligação com o Cruzeiro.
Itair Machado jamais foi conselheiro do Cruzeiro e estava no cargo por indicação de Wagner Pires de Sá. Já Sérgio Nonato foi conselheiro entre 2018 a 2020, mas como não fez parte da chapa vencedora da última eleição, também perdeu seu posto. Para completar, Sérgio Nonato nem é mais associado do clube. Em agosto do ano passado ele foi excluído do quadro social, após ficar seis meses sem pagar mensalidade.
Wagner Pires de Sá, Itair Machado, Sérgio Nonato foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais e respondem na Justiça por crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa.
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