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Felipão diz que ter contado a Cristiano sobre morte do pai 'criou vínculo'

Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção portuguesa, consola Cristiano Ronaldo após a derrota na final da Eurocopa de 2004 para a Grécia - REUTERS/Jerry Lampen
Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção portuguesa, consola Cristiano Ronaldo após a derrota na final da Eurocopa de 2004 para a Grécia Imagem: REUTERS/Jerry Lampen

Do UOL, em São Paulo

08/02/2022 12h06

Em 6 de setembro de 2005, Jose Dinis Aveiro, pai de Cristiano Ronaldo, morreu de insuficiência hepática. E o responsável por dar a notícia ao jogador, que tinha 20 anos na época, foi Luiz Felipe Scolari, então técnico da seleção de Portugal.

"Foi muito difícil. Foi o momento que criou um vínculo entre nós, um vínculo que ultrapassa a relação entre treinador e atleta", contou o técnico brasileiro, em entrevista ao jornal inglês 'Daily Mail'. O falecimento do pai de CR7 aconteceu na véspera de uma partida entre Portugal e Rússia, pelas Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2006.

"Quando a notícia chegou até nós, antes de um jogo contra a Rússia, ninguém sabia como contar a ele. E ninguém queria. Então eu disse a eles que faria isso porque sabia como era perder um pai. Eu havia perdido o meu alguns anos antes", revelou Felipão.

Ele acrescenta que, apesar de muito triste, aquele foi "o tipo de momento que nos conecta como amigos". Além disso, Cristiano pediu para atuar na partida contra a Rússia, que seria disputada no dia seguinte, em Moscou, antes de retornar ao seu país. O duelo terminou empatado por 0 a 0 e Portugal ficou mais próximo da classificação do Mundial da Alemanha.

"Ele pediu para jogar e disse: 'Não posso fazer nada pelo meu pai hoje, então vou jogar amanhã e depois vou embora'. Ele fez um jogo maravilhoso e regressou a Portugal", finalizou Felipão.

Em 2019, Cristiano se emocionou ao ver um vídeo inédito de seu pai dizendo que sentia orgulho dele. No entanto, o jogador revelou que eles não tinham proximidade. "Eu realmente não conheço meu pai 100%. Ele era uma pessoa alcoólatra. Eu nunca falei com ele em uma conversa normal. Foi difícil", afirmou.