Mundial vê Palmeiras mais intenso no campo e na arquibancada que o Chelsea
O Chelsea (ENG) venceu o Al Hilal (SAU) hoje (9) e vai enfrentar o Palmeiras na final do Mundial de Clubes no sábado (12), em Abu Dhabi. Mas não foi um jogo fácil para os ingleses. Diante de um adversário que se precipitasse menos na entrada da área, o resultado poderia facilmente ter sido outro.
Um bom público compareceu ao estádio Mohammed Byn Zayed —19.175 torcedores, recorde do torneio até o momento. Mas isso não quer dizer que eles tenham feito muito barulho, nem mesmo quando os "Blues" fizeram 1 a 0 aos 32 min do 1º tempo, em falha bisonha da zaga saudita, deixando a bola de presente para Romelu Lukaku.
Avaliando a entrega do Palmeiras contra o Al Ahly (EGI), na véspera e aquilo que os ingleses apresentaram nesta quarta (9), é possível concluir, num português bem claro, que "Chelsea x Palmeiras" dá jogo para o Alviverde.
O Al Ahly não é uma equipe fraca, mesmo tendo jogado desfalcada. E o Palmeiras soube matar o jogo de um modo bem eficaz, algo que os ingleses não conseguiram fazer contra a correria do Al Hilal.
Mesmo tendo muitas vezes se posicionado inteiramente atrás do meio-campo para contra-atacar, algo que é preconceituosamente muito criticado quando feito pelo Palmeiras de Abel Ferreira, o time de Thomas Tuchel, que com covid está sendo substituído por Zsolt Löw, não conseguia encaixar contra-ataques.
Não é segredo para ninguém que o Palmeiras vai encontrar uma equipe taticamente muito disciplinada, com linhas muito bem montadas. A qualidade técnica dos jogadores também é indiscutível. Mas a parte física inglesa não causou boa impressão, o que é completamente oposto no caso do Palmeiras.
Exceto por N'Golo Kanté, que entrou no segundo tempo no lugar de Jorginho, os campeões europeus demonstraram pouca intensidade, perderam muitas divididas e começaram a demonstrar cansaço já na segunda metade do primeiro tempo. Fizeram o que podiam, ou seguraram o pé diante de um adversário mais fraco?
Mesmo Lukaku, um tanque de guerra, não foi o mesmo de suas melhores jornadas. No segundo tempo, dentro do jogo bastante posicional de sua equipe, o centroavante poucas vezes pegou na bola e simplesmente não se viu em condições de por em prática seu arranque com ela, um de seus pontos mais fortes.
Algo a ser explorado pelo Palmeiras é o setor às costas de Alonso. O lateral forte no apoio é lento na recomposição, o que vai fazer com que Jorginho ou Kanté saiam muito para fazer sua cobertura. Azpilicueta também já foi um jogador mais rápido.
Kanté, aliás, é incansável, aparece em todos os lugares do campo, chega à frente para chutar e em poucos segundos está matando um contra-ataque adversário. Mas sobram jogadores velozes no Palmeiras. Se sobrecarregado, ele também vai se cansar em algum momento.
Como normalmente acontece nos mundiais, disputados longe das Américas, a torcida local abraçou a equipe inglesa, marca muito mais reconhecida internacionalmente. Mesmo tendo os vizinhos sauditas em campo, os emiradenses preferiram se vestir com o azul da equipe londrina, o que acabou gerando uma situação inusitada.
Como a camisa do Al Hilal também é azul, e o Chelsea jogou de amarelo, parecia que o estádio inteiro apoiava a equipe árabe. Esse também deve ser outro ponto a favor do Verdão.
A "arquibancada" do Palmeiras em Abu Dhabi não será composta por simpatizantes circunstanciais. Que muitas vezes gostam de mais de um dos times estrangeiros que acompanham na TV nas tarde de domingo, quando a Premier League é exibida, como será a maioria dos torcedores do Chelsea no sábado.
Do outro lado, como já se viu em Montevidéu e no estádio Al Nahyan, na terça-feira, a torcida deste Palmeiras se comporta como o time, de modo muito intenso, vibrante e focado no jogo. Algo que os ingleses também não terão e que também joga a favor da equipe brasileira.
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