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Paulista - 2022

São Paulo vira no fim contra a Ponte e deixa a zona de rebaixamento

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

13/02/2022 20h26

Os últimos minutos têm sido determinantes para o São Paulo na busca por uma fase melhor neste início de temporada. Depois de conseguir a vitória sobre o Santo André nos acréscimos, agora foi a vez de a virada sobre a Ponte Preta vir no apagar das luzes. Em um vacilo da defesa dos donos da casa, Calleri apareceu para garantir a vitória por 2 a 1.

A vida são-paulina foi sofrida durante toda a partida. Em mais um jogo com problemas de criação, a equipe de Rogério Ceni saiu atrás após um vacilo da zaga que resultou em pênalti de Jandrei em Lucca. Na cobrança, o atacante abriu o placar.

No abafa, o São Paulo conseguiu o empate no final com o Gabriel Sara. Nos acréscimos, Calleri deu a segunda vitória consecutiva para o time do Morumbi, algo que não acontecia há seis meses.

A vitória tirou o São Paulo da zona de rebaixamento do Paulistão. Os sete pontos conquistados em cinco jogos ainda fazem com que a equipe de Rogério Ceni entre na zona de classificação para o mata-mata no Grupo B, atrás do líder São Bernardo, que tem nove pontos, e com mais vitórias que a Ferroviária, que também tem sete pontos.

Já a Ponte Preta perdeu a chance de se manter na segunda colocação do Grupo D. Com sete pontos, a equipe foi ultrapassada pelo Santos, que venceu o Ituano por 2 a 1 e chegou aos nove.

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O que vem agora

O São Paulo volta a campo na próxima quinta-feira (17), quando enfrentará a Inter de Limeira no Morumbi, às 21h30 (de Brasília). Um dia antes, a Ponte Preta faz mais um jogo no Moisés Lucarelli, dessa vez contra o Botafogo-SP, às 19h (de Brasília).

Quem foi bem: Gabriel Sara

A atuação do jovem meia foi fundamental para a virada do São Paulo. Ao ser colocado no lado esquerdo, Sara passou a incomodar a defesa da Ponte Preta e foi premiado ao buscar o empate para o São Paulo.

Quem foi mal: Diego Costa

Escalado mais uma vez como titular, o jovem zagueiro apresentou muitos problemas na saída de bola. Um passe curto dele resultou na pressão ponte-pretana que originou o gol. Naquele lance, mais um problema: Diego Costa demorou para voltar para a área e deixou dois jogadores adversários livres, permitindo que Lucca tentasse driblar Jandrei e sofresse o pênalti.

Ceni faz mais mudanças e dá primeira chance a Éder

Éder, atacante do São Paulo, durante a partida contra a Ponte Preta - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Rogério Ceni manteve a postura de mudar as escalações de uma partida para a outra. Diante da Ponte Preta, quatro jogadores que atuaram contra o Santo André foram para o banco: Rafinha, Léo, Igor Gomes e Jonathan Calleri. Em seus lugares entraram Igor Vinícius, Reinaldo, Gabriel Neves e Éder, respectivamente.

O veterano atacante foi justamente o destaque da escalação. Depois de perder espaço com Crespo, Éder atuou apenas 46 minutos (sem contar acréscimos) desde que foi titular pela última vez, contra a Chapecoense, em 3 de outubro, ainda sob o comando do argentino. Com Ceni, ele ainda não tinha tido chance no time titular.

Contra a Ponte Preta, Éder não apenas começou jogando, como recebeu a braçadeira de capitão. Com a bola rolando, contudo, pouco conseguiu fazer no primeiro tempo. O camisa 23 saiu diversas vezes da área para dar opção, mas os constantes cruzamentos do São Paulo dificultavam seu trabalho.

São Paulo fica com a bola, mas Ponte é fatal na pressão

O São Paulo foi o dono da bola durante o primeiro tempo. A equipe de Rogério Ceni foi para o vestiário com 75% de posse. O número, contudo, não se traduziu em uma pressão ao time da Ponte Preta. O time tricolor abusava das tentativas pelas laterais e buscava os cruzamentos, quase sempre facilmente afastados pela equipe campineira. Foram 17 bolas na área nos primeiros 45 minutos, com apenas duas achando um atleta são-paulino.

Do outro lado, a Ponte Preta usava da velocidade para tentar surpreender o São Paulo. A lenta saída de bola tricolor era rapidamente pressionada por Lucca e Pedro Júnior. E foi assim que os donos da casa abriram o placar.

Diego Costa deu um passe muito curto no meio de campo e obrigou Arboleda a correr para corrigir o problema. O lance fez com que a dupla de ataque ponte-pretana subisse para pressionar os zagueiros são-paulinos. Sem espaço, Arboleda acabou mandando a bola para a lateral.

A cobrança rápida da Ponte Preta pegou o São Paulo de surpresa. Diego Costa não voltou para a área e deixou dois rivais livres dentro da área. Quando a bola chegou, Lucca teve apenas o trabalho de tentar o drible em Jandrei e ser derrubado dentro da área. Na cobrança, ele mesmo balançou as redes para a Ponte Preta.

São Paulo muda o esquema com três substituições de uma vez

O São Paulo voltou melhor para o segundo tempo, com a Ponte Preta se fechando ainda mais e abrindo mão da pressão alta que tanto incomodou o rival na primeira etapa. Ainda assim, o time de Rogério Ceni pouco conseguia incomodar Ygor Vinhas. A melhor chance no primeiro terço da etapa final saiu dos pés de Éder, que arriscou de fora da área e viu a bola passar rente à trave ponte-pretana.

Quando o relógio marcou 15 minutos da segunda etapa, Rogério Ceni decidiu alterar muita coisa. Foram três substituições: Pablo Maia no lugar de Gabriel Neves, Nikão na vaga de Rodrigo Nestor e Calleri no lugar de Rigoni.

As trocas mudaram também o esquema tático do São Paulo. Inicialmente escalado em um 4-3-3, o time tricolor passou a jogar em um 4-2-4, com apenas Pablo Maia e Gabriel Sara no meio. No ataque, Nikão ficava pela direita, com Alisson na esquerda e Éder e Calleri mais à frente. Jogador de maior mobilidade, Éder passou a atuar, muitas vezes, atrás de Calleri, como se fosse um segundo atacante.

Kleina responde com mudanças na Ponte Preta

Ao mesmo tempo em que Ceni fez três trocas no São Paulo, Gilson Kleina também mexeu na Ponte Preta. Pedro Júnior saiu para a entrada de Ribamar, um centroavante com característica de maior presença dentro da área.

Ribamar requeria atenção do sistema defensivo do São Paulo e impediu, por exemplo, que Rogério Ceni cogitasse tirar um jogador de defesa para reforçar seu ataque. Em uma nova saída errada do São Paulo, o atacante disparou em contra-ataque, mas se atrapalhou ao tentar driblar a marcação.

São Paulo busca a virada na pressão

As mudanças já haviam melhorado o São Paulo, mas foi uma nova troca que encaixou o time de vez. Igor Gomes entrou no lugar de Alisson, o que permitiu que Gabriel Sara passasse a jogar aberto pela esquerda.

Com liberdade, o jovem meia dava opções ao São Paulo pela esquerda e incomodava a defesa ponte-pretana. E foi assim que o gol de empate veio. Aos 41 minutos, Marquinhos, que entrara pouco tempo antes, cruzou na medida para Sara cabecear. Ygor Vinhas se esticou todo, mas não conseguiu evitar o gol.

O resultado parecia definido nos acréscimos. Mas aí veio um vacilo incrível da defesa da Ponte Preta. Depois de um chutão de Jandrei, Moisés Ribeiro tentou tocar dentro da área ponte-pretana e Calleri apareceu para chutar para o gol de Ygor Vinhas, garantindo a vitória para o São Paulo.

Jandrei assume a liderança na briga pela titularidade

A partida de hoje serviu para mostrar que Jandrei está à frente de Tiago Volpi na briga para ser titular do gol do São Paulo. Depois de quatro jogos com os dois revezando, o camisa 93, que havia começado o jogo contra o Santo André, foi mantido para a partida contra a Ponte Preta.

No primeiro tempo, praticamente não foi exigido. No único chute que foi em seu gol, no pênalti cobrado por Lucca, Jandrei não conseguiu evitar que a bola entrasse. Foi a primeira penalidade no tempo normal que o São Paulo leva o gol desde dezembro de 2019, quando Luciano converteu para o Grêmio. Desde então, foram oito batidas perdidas pelos adversários.

Lucca: um aniversariante artilheiro

A um dia de completar 32 anos, Lucca teve um papel importante no desempenho da Ponte Preta. Além de converter o pênalti que abriu o placar para os donos da casa, o atacante incomodou a defesa são-paulina com a pressão alta ao lado de Pedro Júnior.

Mas como o que mais importa é bola na rede, seu pênalti convertido o colocou no topo da artilharia do Paulistão Ele marcou cinco vezes em seus jogos da Ponte Preta na competição.

FICHA TÉCNICA
PONTE PRETA X SÃO PAULO

Motivo: 6ª rodada do Paulistão
Data e hora: 13 de fevereiro de 2022, às 18h30 (de Brasília)
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Público: 5.404 pessoas
Renda: R$ 125.300,00
Árbitro: Raphael Claus
Auxiliares: Danilo Ricardo Simon Manis e Evandro de Melo Lima
VAR: Thiago Duarte Peixoto
Gols: Lucca (26'/1ºT), para a Ponte Preta; Gabriel Sara (41'/2ºT) e Jonathan Calleri (47'/2ºT), para o São Paulo
Cartões amarelos: Jean Carlos, pela Ponte Preta; Diego Costa e Jonathan Calleri, pelo São Paulo
Cartões vermelhos: -

PONTE PRETA: Ygor Vinhas; Thiago Lopes, Léo Santos (Fábio Sanches) e Fabrício; Kevin, Wesley (Moisés Ribeiro), Léo Naldi, Fessin (Marcos Júnior), Jean Carlos (Norberto); Pedro Júnior (Ribamar) e Lucca. Técnico: Gilson Kleina

SÃO PAULO: Jandrei; Igor Vinícius, Diego Costa, Arboleda e Reinaldo; Gabriel (Pablo Maia), Nestor (Nikão) e Gabriel Sara; Rigoni (Calleri), Alisson (Igor Gomes) e Éder (Marquinhos). Técnico: Rogério Ceni