Pouca posse, mas muitos chutes: como o Palmeiras encarou o Chelsea na final
O Palmeiras teve uma atuação confusa de analisar se pegamos apenas os números da derrota para o Chelsea por 2 a 1. Apesar de sair de campo com apenas 29% da posse de bola, a equipe de Abel Ferreira finalizou 11 vezes, sendo três no gol de Mendy, a mesma quantidade de vezes que a bola chegou na meta de Weverton.
A estratégia de obediência tática ajuda a explicar os números. Quando o Chelsea estava com a bola, o Palmeiras chegava a montar uma linha com seis defensores, com Rony e Gustavo Scarpa recuando para ajudar a defesa palmeirense. Nas vezes que a posse era alviverde, a ideia era sair em velocidade para aproveitar o um contra um com a defesa inglesa.
Foi assim que Dudu teve a melhor chance do Palmeiras com a bola rolando na partida, aos 26 minutos do primeiro tempo. Em uma jogada em velocidade, Zé Rafael girou, levando consigo dois marcadores, e tocou para o camisa 7. Dudu, ao tentar dominar, perdeu o tempo da bola e acabou chutando para fora.
"Eu não dou a bola a ninguém, vocês têm que perguntar por que o Chelsea deu a bola ao City quando venceu a Liga dos Campeões. Eu não abdico da bola, nem eu, nem meus jogadores, mas não jogamos sozinhos. Não vou falar dos detalhes, da qualidade individual. Sabem quantos ingleses estavam a jogar? Quantos iniciaram? Quantos brasileiros jogaram na minha equipe? Para vocês pensaram. Joguei contra o campeão da Liga dos Campeões, e quantos ingleses jogaram no Chelsea?", justificou Abel Ferreira, em entrevista coletiva.
"Mas lamento que as pessoas às vezes não entendam que não estamos no mesmo plano. Agora que nós batemos muito e tenho que ter orgulho do que fizemos. Se pudermos quero ter a bola, mas do outro lado tem a competência do adversário", prosseguiu.
Os números do Palmeiras o colocam em posições distintas na comparação com os brasileiros que foram à final do Mundial de Clubes desde 2005, quando o atual formato foi implantado definitivamente.
Na posse de bola, a equipe tem o pior desempenho, junto com o Santos de 2011. Naquela ocasião, contudo, o time da Vila Belmiro foi completamente dominado pelo Barcelona na derrota por 4 a 0. Três dos quatro gols saíram ainda no primeiro tempo daquela partida.
Na comparação com as finalizações, no entanto, o Palmeiras se destaca. É a equipe brasileira que mais arriscou diante da meta adversária, com 11 chutes. Nos que foram ao gol, no entanto, ela repete o desempenho do Flamengo em 2019. Diante do Liverpool, a equipe carioca acertou três vezes o gol de Alisson.
A principal diferença em comparação ao jogo de hoje foi justamente na posse de bola. O Flamengo foi o único brasileiro desde 2005 a ficar mais tempo com o controle da partida: 51% a 49%. A derrota, assim como a do Palmeiras, veio na prorrogação.
Confira as estatísticas dos brasileiros em finais de Mundial desde 2005:
Chelsea 2 x 1 Palmeiras
Posse de bola: 71% a 29%
Finalizações: 20 a 11
Finalizações no gol: 3 a 3
Flamengo 0 x 1 Liverpool - 2019
Posse de bola: 51% x 49%
Finalizações: 8 x 14
Finalizações a gol: 3 a 7
Grêmio 0 x 1 Real Madrid - 2017
Posse de bola: 36% x 64%
Finalizações: 1 a 15
Finalizações no gol: 0 a 5
Corinthians 1 x 0 Chelsea - 2012
Posse de bola: 46% a 54%
Finalizações: 9 a 14
Finalizações no gol: 2 a 6
Santos 0 x 4 Barcelona - 2011
Posse de bola: 29% x 71%
Finalizações: 8 a 16
Finalizações no gol: 3 a 9
Inter 1 x 0 Barcelona - 2006
Posse de bola: 42% x 58%
Finalizações: 10 a 13
Finalizações no gol: 2 a 5
São Paulo 1 x 0 Liverpool - 2005
Posse de bola: 47% a 53%
Finalizações: 4 a 21
Finalizações no gol: 2 a 8
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