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Como São Paulo se prepara no Paulista para evitar crise de lesões de 2021

São Paulo: zagueiro Miranda e jovem Caio disputam bola em treino no CT da Barra Funda - Anuar Sayed/Saopaulofc.net
São Paulo: zagueiro Miranda e jovem Caio disputam bola em treino no CT da Barra Funda Imagem: Anuar Sayed/Saopaulofc.net

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

15/02/2022 04h00

O tratamento de Copa do Mundo dado ao Paulistão na temporada passada ficou para trás no São Paulo. A comissão técnica de Rogério Ceni tenta aproveitar a competição estadual para evitar que um novo surto de lesões afete os trabalhos no CT da Barra Funda. Em 2021, foram mais de 30 idas de atletas ao departamento médico.

A mudança de postura tem muita relação com o momento do São Paulo. No ano passado, o Paulistão era tratado como obsessão. A gestão do presidente Júlio Casares havia acabado de começar e tinha como missão tirar o clube da fila de oito anos sem título. O tradicional torneio estadual era visto como o caminho mais fácil por uma taça. E assim foi: ao vencer o Palmeiras na final, o São Paulo soltou o grito de campeão.

No início do Brasileirão, no entanto, os problemas começaram. Jogadores como Luan e Miranda, por exemplo, perderam muitas rodadas por estarem no departamento médico. Inicialmente, a análise feita pela diretoria era de que o esforço feito no Paulistão estava cobrando seu preço. Na comissão técnica de Crespo, a solução pensada foi de reduzir drasticamente a carga de treinos, o que não resolveu o problema, dificultou a chegada dos atletas ao nível físico ideal e causou um racha na comissão técnica.

Externamente, o departamento médico do clube era cada vez mais contestado. O Reffis, que antes era tratado como modelo a ser seguido, se tornou ultrapassado. Em mais de uma entrevista, Carlos Belmonte, diretor de futebol, afirmou que o departamento parou no tempo e estava mais de 10 anos atrasado.

Atualmente, o Reffis passa por melhorias capitaneadas pelo fisiologista Turíbio Leite, idealizador do núcleo de reabilitação esportiva fisioterápica e fisiológica do São Paulo. Junto com um um "comitê de notáveis" criado pelo clube, ele tem conseguido parcerias para melhorar os equipamentos do local.

Em campo, Ceni tenta rodar o elenco para dar tempo de jogo para todos e evitar um desgaste precoce. O treinou utilizou 24 atletas nos cinco primeiros jogos da temporada e não repetiu a escalação em nenhuma das partidas.

"A gente vai tentando rodar as peças porque eu não quero chegar no começo do Brasileiro com o time arrebentado. Esse não é o intuito. O intuito é tentar no Brasileiro - se eu ainda estiver até lá - fazer com que o time esteja mais inteiro", disse Ceni, na entrevista coletiva depois da vitória sobre a Ponte Preta.

Os únicos que não entraram no rodízio promovido por Rogério Ceni foram o meia Gabriel Sara e os atacantes Alisson e Rigoni. Eles foram titulares nas cinco partidas do São Paulo até o momento. O trio aparece, junto com o zagueiro Diego Costa, no topo da minutagem: Sara é o líder com 473 minutos de jogo, seguido por Alisson (422), Diego Costa (390) e Rigoni (379).

Apesar do planejamento, alguns rodízios precisaram ser feitos pelo surto de covid-19 que afetou o São Paulo na reapresentação do elenco. Dezesseis jogadores contraíram a doença, o que gerou irritação de Rogério Ceni e atrapalhou na preparação física. O treinador chegou a ampliar a programação de pré-temporada já durante a disputa do torneio.

O São Paulo volta a campo na próxima quinta-feira (17), quando recebe a Inter de Limeira, no Morumbi. Como Rogério Ceni indicou que Miranda deve voltar ao time, é provável que o Tricolor tenha sua sexta escalação diferente desde o início da temporada.

Confira a minutagem dos jogadores desde o início do Paulistão:

1 - Gabriel Sara - meia - 473 minutos - 5 jogos
2 - Alisson - atacante - 422 minutos - 5 jogos
3 - Diego Costa - zagueiro - 390 minutos - 4 jogos
4 - Rigoni - atacante - 379 minutos - 5 jogos
5 - Rodrigo Nestor - meia - 353 minutos - 5 jogos
6 - Calleri - atacante - 351 minutos - 5 jogos
7 - Reinaldo - lateral-esquerdo - 323 minutos - 4 jogos
8 - Arboleda - zagueiro - 293 minutos - 3 jogos
9 - Jandrei - goleiro - 290 minutos - 3 jogos
10 - Rafinha - lateral-direito - 274 minutos - 3 jogos
11 - Nikão - meia - 228 minutos - 5 jogos
12 - Igor Vinícius - lateral-direito - 217 minutos - 3 jogos
13 - Tiago Volpi - goleiro - 199 minutos - 2 jogos
14 - Léo - zagueiro/lateral - 198 minutos - 2 jogos
15 - Miranda - zagueiro - 196 minutos - 2 jogos
16 - Gabriel Neves - volante - 161 minutos - 4 jogos
17 - Éder - atacante - 142 minutos - 5 jogos
18 - Igor Gomes - meia - 125 minutos - 3 jogos
19 - Patrick - meia - 98 minutos - 2 jogos
20 - Marquinhos - atacante - 73 minutos - 4 jogos
21 - Welington - lateral-esquerdo - 69 minutos - 2 jogos
22 - Pablo Maia - volante - 51 minutos - 2 jogos
23 - Talles Costa - volante - 48 minutos - 1 jogo
24 - Caio - atacante - 34 minutos - 1 jogo

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