Paris Saint-Germain e Real Madrid se enfrentam hoje (15), às 17h (de Brasília), pelo jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. O confronto vale muito para o futebol brasileiro. Trata-se da possível estreia de Neymar em 2022, após quase três meses em tratamento de uma lesão no tornozelo esquerdo. A partida tem transmissão de SBT, TNT e HBO Max.

Em ano de Copa do Mundo, o camisa 10 do time francês estará frente a frente com Vinicius Júnior e Rodrygo, dois jovens jogadores que o veem como ídolo e que aproveitaram a brecha de sua ausência para ganhar mais tempo de jogo na seleção brasileira e elevar o próprio patamar no futebol internacional.

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Quanto a Neymar, a busca é voltar ao status de protagonista perdido recentemente, o de espelho para estes pupilos. O que começa nesta terça-feira no Parque dos Príncipes é mais do que a fase de mata-mata da principal competição de clubes do mundo. É o ano em que o principal jogador brasileiro dos últimos tempos precisa de uma retomada enfática com foco na Copa do Mundo do Qatar. Uma boa Champions, talvez terminando num título inédito para o PSG, pode levar a uma grande Copa do Mundo. E, se tudo se alinhar, ainda ao prêmio de melhor jogador do mundo. Todos esses objetivos não alcançados aos 30 anos completados neste mês.

Longe da badalação que envolve Neymar, Vinicius Júnior faz uma temporada pelo Real Madrid de estrela da seleção e do país. Em 33 jogos soma 15 gols e 11 passes para gols, com a liderança do Espanhol e o título da Supercopa acompanhado de gol na semifinal diante do Barcelona.

Rodrygo tem números mais discretos, mas também já é titular frequente em sua terceira temporada. São dois gols e seis assistências em 29 partidas. Ao UOL, ele disse que conhecer Neymar foi um dos maiores sonhos que realizou na vida, ainda na época de Santos. Ele tem memórias vívidas do dia em que encostou no ídolo e diz que até hoje a sensação ao vê-lo não é natural.

Há chances de os dois jovens atacantes serem escalados como titulares no Real Madrid contra o PSG.

Neymar só atuou 14 vezes antes da contusão, em novembro do ano passado. Contribuiu para o PSG com três gols e três passes para gols — nenhum deles na Champions League — num começo de temporada que ficou marcado como seu pior na Europa em termos de rendimento e abriu caminho para a sugestão de que seu auge talvez já tenha passado e seja hora de passar o bastão para as novas realidades.

É contra esse pensamento a mobilização de Neymar nas últimas semanas. Apesar de o tempo de recuperação da lesão no tornozelo ter sido maior do que se esperava no começo do tratamento, a visão é de que o jogador mostrou dedicação no processo, o que rendeu elogios do técnico Mauricio Pochettino — o argentino fez mistério se o brasileiro começará como titular. Neste ano, apesar de enfrentar críticas pelas baladas de ano novo que curtiu de muletas, Neymar trocou sua tradicional superfesta de aniversário do começo de fevereiro por uma celebração reservada, com foco em não atrapalhar o tratamento ou gerar comentários.

O objetivo de Neymar, como já mostrou o UOL Esporte, é retomar o protagonismo em 2022. Há três objetivos em mente: o prêmio de melhor jogador do mundo — ele ficou apenas em 16º lugar em 2021 —, o sonhado título da Liga dos Campeões pelo PSG e a ainda mais cobiçada taça de campeão mundial pela seleção brasileira. Ele já disse que a Copa disputada entre novembro e dezembro deste ano pode ser a sua última na carreira.

Em nome destes objetivos, a promessa é de entrega máxima nesta temporada europeia, que termina com a final da Champions em 28 de maio. Ao voltar ao time na fase mais importante do torneio, que é o mata-mata, Neymar se candidata a herói da campanha. A expectativa é que a parceria com Messi e Mbappé engrene no momento crucial.

"Ele está pronto para o jogo contra uma grande equipe. É o momento em que você tem que se esforçar e ele está pronto para isso", disse o zagueiro Marquinhos, em entrevista ontem (14).

Depois das férias no meio do ano, o planejamento é de pegar mais leve nos primeiros jogos da temporada 2022/2023 para evitar lesões que o atrapalhem no Qatar, como aconteceu na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

Até lá, Neymar quer mostrar em campo o porquê de ser o grande ídolo desta nova e promissora safra de jogadores.