Clubes da Série A formam bloco para temas comerciais e liga: Forte Futebol
Dez clubes da Série A resolveram se unir e criaram um novo bloco, denominado "Forte Futebol". A ideia, nas palavras do comunicado divulgado hoje (16), parte do pressuposto que "os clubes brasileiros, que são os principais interessados em participar de uma liga forte, devem se unir".
O discurso vai na linha de buscar um caminho em comum para discussões de aspectos comerciais e técnicos do futebol brasileiro.
Nenhum dos membros que, juntos, representam metade da primeira divisão nacional em 2022 compõe, historicamente, a lista de "grandes" dos principais centros do país. O bloco tem América-MG, Atlético-GO, Athletico, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude. Os dirigentes citam que não é um grupo fechado e se colocam à disposição para receber mais clubes.
"Não temos foro no Brasil, não temos uma mesa, uma entidade de classe, diálogo, para que se comece ou planeje, pense, na melhoria do conteúdo, do produto, do espetáculo", criticou no começo da semana o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, em conversa com o UOL, dois dias atrás.
A aproximação do grupo se dá em um momento ainda cambaleante do debate a respeito da formação de uma liga no futebol brasileiro. Ao mesmo tempo, com a Lei do Mandante em vigor, em um futuro não tão distante haverá início a negociação dos direitos de transmissão do Brasileirão a partir da temporada 2025.
Como ponto de partida, a ideia é que os membros do Forte Futebol negociem em conjunto essas propriedades. Como mandantes, eles são responsáveis por 190 dos 380 jogos do Brasileirão.
"São clubes da Série A que concluíram que está passando da hora de a gente formar um bloco para começar a discutir a formação de uma liga, contratar os players necessários para também dar valor e comercializar os direitos de transmissão em um futuro breve. A gente precisa sair do discurso. Esses clubes estão sendo objetivos, com alinhamento. Estamos abertos a participação de outros. Mas não pode ficar sempre nas reuniões sobre esse esse tema sem evolução, estratégia, sem um plano, planejamento", disse ao UOL o presidente do Ceará, Robinson de Castro.
Os dirigentes envolvidos participam de um grupo de Whatsapp no qual estão representantes de clubes considerados emergentes no futebol brasileiro. Um gatilho para a formalização da aliança é a aproximação de grupos de possíveis investidores na liga que começou a ser debatida ano passado.
"Existem grupos representando investidores nos procurando, querendo fazer reuniões isoladas. A gente entendeu que não tem sentido fazer isso, sem saber o que os outros estavam conversando. Resolvemos nos unir. É um bloco onde todos são iguais, todos têm um mesmo peso", completou o dirigente do Ceará.
Nota oficial do Futebol Forte
Só com união é possível construir a mudança. E neste momento emblemático do nosso futebol, essa afirmação se torna ainda mais importante. É tempo de transformação, de criação de uma nova estrutura para o nosso esporte mais popular.
Com as novas possibilidades de investimentos, tanto nos clubes brasileiros como também nas competições, têm surgido interessados no mercado dispostos a gerir e administrar uma Liga de Clubes no país. Um assunto que nós já vínhamos há alguns anos trazendo ao debate e buscando a adesão de todos. Como nunca tivemos uma instituição de classe forte e unificada, não foi possível.
Agora temos um novo cenário. E novos e velhos "atores" querendo entrar em cena. Grupos, empresas, brokers e outros. Mas para se construir algo sólido, é preciso conhecer melhor o terreno. Quanto mais informação, melhor.
Os clubes brasileiros, que são os principais interessados em participar de uma liga forte, devem se unir. Por isso estamos criando o grupo Forte Futebol, para analisar e responder de forma uníssona todos os assuntos relacionados com os rumos do futebol brasileiro. É um grupo aberto, sem sócios-fundadores, em que todos os participantes terão voz.
Até o momento temos a adesão de 10 clubes da Série A.
O objetivo desse grupo de trabalho é termos know-how de análise e comparar as propostas na mesa com os modelos existentes no mundo. Buscamos também empoderar a nossa voz, para nos sentirmos representados e darmos nosso parecer em quaisquer discussões sobre o assunto.
O grupo não está fechado, o clube da Série A que quiser vir somar forças, será muito bem recebido e terá vez e voz no mesmo nível dos demais. O importante é estarmos seguros, saber para onde estamos indo e impedir que projetos excludentes ou de aventureiros sigam adiante.
A união faz a força. E nossa força faz um FORTE FUTEBOL.
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