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Contrato e minutos em campo explicam oferta baixa por joia do Atlético-MG

Savinho fez o primeiro jogo dele na temporada 2022 - Pedro Souza/Atlético-MG
Savinho fez o primeiro jogo dele na temporada 2022 Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

16/02/2022 04h00

A notícia da possível venda de Savinho sacudiu a torcida do Atlético-MG. Mais do que a possibilidade de perder um talento de apenas 17 anos, os atleticanos se mostraram preocupados com os valores envolvidos na transação. A oferta do Grupo City, detentor de vários clubes pelo mundo, incluindo o Manchester City, é de 6,5 milhões de euros (cerca de R$ 38,3 milhões) pelo atacante do Galo, além de metas por desempenho que podem praticamente dobrar o valor final da venda. De uma forma ou de outra, a quantia foi considerada muito baixa por torcedores, comparando com os valores e especulações envolvendo outros atletas brasileiros na mesma faixa etária.

No mês passado o Palmeiras viu atacante Giovani despertar interesse do Ajax, da Holanda. No entanto, o clube paulista só estava disposto a abrir negociação por um valo acima de R$ 100 milhões. O Santos vai na mesma linha do rival. Os garotos Kaiky Fernandes e Ângelo estão na mira de gigantes europeus, mas o Peixe não libera seus atletas por menos de 35 milhões de euros (cerca de R$ 210 milhões), por cada um. Valores semelhantes ao que o Real Madrid pagou por Vinícius Júnior e Rodrygo, algumas temporadas atrás.

"O Sávio sempre foi um jogador top, diferenciado. Em todas as categorias em que atuou, ele sempre foi extremamente acima da média. Na categoria sub-15, dentro da geração 2004, que é uma das melhores gerações que o futebol brasileiro tem, em especial a equipe do Atlético, ele já fazia a diferença com os seus companheiros, sendo vários deles, inclusive, convocados para a Seleção Brasileira. Desde sempre foi um jogador de muito destaque e de muito potencial", disse Júnior Chávare, que foi diretor da base do Atlético entre maio de 2019 e fevereiro de 2021.

Com histórico de sucesso nas seleções de base e muito destaque na base do Atlético, o que explica Savinho custar uma pechincha perto dos valores envolvendo outros jogadores da mesma faixa etária? Parte da resposta está em dois fatores: o tempo de contrato do atacante com o Galo e os poucos minutos em campo.

O contrato

Savinho tem vínculo com o Atlético até setembro de 2023 e tem proposta de um grande grupo do futebol mundial. O que coloca duas opções na mesa para a diretoria do Atlético: aceitar uma oferta considerada baixa, para evitar o risco de perder o atleta no futuro, ou então renovar o contrato.

Com o contrato em mãos do Grupo City, o staff de Savinho não descarta uma renovação com o Galo. Porém, deseja uma boa valorização pelo atacante de 17 anos. O salário atual de Savinho não chega a R$ 30 mil por mês, na CLT. O valor sobe um pouco por causa dos direitos de imagem e das premiações.

O Atlético até pode segurar Savinho na Cidade do Galo, mas será necessário oferecer um grande reajuste ao jogador. Então surge outro questionamento: vale apostar numa renovação elevada ou é melhor fazer dinheiro agora e não correr riscos?

Tempo em campo

O contrato está ligado aos minutos jogados, pois uma coisa puxa a outra. Savinho é um jogador de enorme talento e muito potencial, mas hoje não figura entre as preferências do técnico Turco Mohamed. O setor ofensivo do Galo é o mais concorrido e na frente do jovem atacante estão Hulk, Keno, Ademir, Vargas, Sasha, Savarino e Fábio Gomes.

Na equipe profissional desde 2020, Savinho tem apenas 23 partida pelo clube. Ele foi pouco utilizado por Jorge Sampaoli e por Cuca. O receio do staff do atleta é que a situação permaneça assim, com mais uma temporada sem jogar e retardando a evolução do jogador. Então diretor da base do Atlético, Júnior Chávare explicou como o atacante foi puxado para a equipe de cima.

"Em 2020 o Sávio foi promovido ao time de transição pelo Jorge Sampaoli. Essa equipe tinha o intuito de poder aproveitar os jogadores com mais destaque para uma transição junto ao elenco principal. A ideia era proporcionar uma convivência mais próxima e, assim, permitir uma evolução tática, técnica e profissional do atleta. Esse momento de transição para o Savinho, lá em 2020, foi o início de um processo que ele ainda faz parte. Sem dúvida nenhuma, isso foi fundamental e será de grande valia para o futuro dele", completou o ex-dirigente do Atlético.

A definição sobre o futuro de Savinho acontecerá nos próximos dias.