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Grêmio e Roger 'namoraram' ainda na época de Renato Gaúcho e após Felipão

Grêmio apresenta Roger Machado como novo treinador para a temporada 2022 - Lucas Uebel/Lucas Uebel/Gremio FBPA
Grêmio apresenta Roger Machado como novo treinador para a temporada 2022 Imagem: Lucas Uebel/Lucas Uebel/Gremio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

16/02/2022 04h00

A frase "Roger Machado está de volta ao Grêmio" poderia ter sido lida por você muito tempo atrás. O treinador e a diretoria gremista flertaram mais de uma vez nos últimos anos, inclusive durante a era Renato Gaúcho, mas o desfecho positivo foi adiado para 2022. O retorno do técnico tem sido comemorado pelos corredores do clube, que tem admiradores do trabalho e da conduta do ex-lateral em diferentes áreas.

Grêmio e Roger assinaram contrato até o final da atual temporada. O técnico volta ao Tricolor depois de cinco anos e cinco meses e para substituir Vagner Mancini, demitido na última segunda-feira (14).

A admiração da alta cúpula do Grêmio por Roger Machado não é novidade. A diretoria nunca escondeu os rasgados elogios ao treinador, que trabalhou no clube como técnico entre maio de 2015 e setembro de 2016. A saída, aliás, foi contra a vontade da cúpula. À época, os dirigentes tentaram convencer Roger a permanecer no cargo. Ele não quis.

O pedido de demissão não abalou a imagem do técnico com a diretoria. Tanto que dois anos mais tarde, o Grêmio pensou na volta de Roger Machado. Sim, em 2018.

Na reta final daquela temporada, o Grêmio estava envolvido em uma arrastada negociação para renovação de contrato de Renato Portaluppi. Campeão da Libertadores um ano antes e eliminado pelo River Plate na semifinal de 2018, o treinador estava em alta e tinha sondagem do Flamengo. No final de novembro, parte da diretoria gremista já dava como certa a saída de Renato. E Roger era o favorito entre a maioria dos dirigentes.

Os conceitos de futebol, o trabalho no dia a dia e a identificação com o Grêmio tornaram Roger Machado o nome perfeito, na visão da diretoria, para assumir o time em 2019. O plano era esperar a posição final de Renato e rapidamente agilizar um substituto.

No final de 2018, Roger estava desempregado depois de deixar o Palmeiras em julho. Antes, passou pelo Atlético-MG.

Mas, no fim, Renato manifestou desejo de permanecer. Renovou contrato por mais um ano, e Roger sequer recebeu proposta oficial para voltar ao Grêmio. O flerte parou no início.

Em 2021, o interesse foi além. Após as saídas de Renato, Tiago Nunes e Luiz Felipe Scolari, o Grêmio procurou Roger Machado. À época, o time estava afundado na zona de rebaixamento e via o rebaixamento se aproximar. A ideia da diretoria era apostar em uma reação rápida com o antigo comandante, que teve início arrebatador na temporada de 2015.

Roger recebeu sondagem e recusou. O Grêmio insistiu, em pouco espaço de tempo, e fez uma nova investida. Denis Abrahão, atual vice de futebol e à época ainda fora do cargo, foi o responsável por uma cartada final. Sem sucesso, o clube foi atrás de Vagner Mancini.

"Eu tive um contato, fui procurado pelo Grêmio quando saí do Fluminense. Expliquei ao presidente minhas razões. É uma ética da minha função. O Grêmio sempre foi um desejo de voltar. Mas estar aqui esse ano e não ter voltado ano passado diz muito como encaro minha profissão. Não foi pelo momento do Grêmio, foi por outros motivos e que hoje me trazem aqui e apontam meu desejo de ajudar o clube", disse Roger, ontem (15), na apresentação como novo técnico do Grêmio. "Fui procurado, expliquei ao presidente os fatores, que estava me dedicando a minha família. Mas agora estou aqui de corpo e alma", completou.

O primeiro jogo do Grêmio sob comando de Roger será diante do São Luiz, sábado (19), na Arena do Grêmio, pela oitava rodada do Campeonato Gaúcho. Uma semana depois, tem Gre-Nal no estádio Beira-Rio. Mas desde já, enfim, a frase pode ser dita: Roger Machado está de volta ao Grêmio, que joga hoje (16) contra o União Frederiquense, fora de casa.

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