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Lázaro rechaça ideia de assumir o Corinthians e aguarda o novo treinador

Fernando Lázaro, técnico interino do Corinthians, durante o jogo contra o São Bernardo - PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
Fernando Lázaro, técnico interino do Corinthians, durante o jogo contra o São Bernardo Imagem: PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

17/02/2022 00h50

Nem mesmo com as três vitórias seguidas no Campeonato Paulista e o carinho da torcida nas arquibancadas, o interino Fernando Lázaro pensa em assumir o comando técnico do Corinthians de forma definitiva. Logo após o triunfo diante do São Bernardo, por 3 a 0, o coordenador do Cifut (Centro de Inteligência do Futebol), voltou a frisar seu ponto de vista e, assim como a Fiel, aguarda a chegada de um novo comandante ao CT Joaquim Grava.

"O clube tem uma estrutura grande, tem muita capacidade e a gente acaba ficando muito envolvido com o dia a dia de treinamento, com essas coisas que levam nossa atenção. A diretoria segue tocando com a estrutura que o clube tem, com o departamento de observação que auxilia nessas questões", respondeu Fernando Lázaro ao citar seu foco de energia na construção do time e não em suas ambições profissionais como treinador.

Lázaro se mostrou confiante com o poder de decisão do presidente Duilio Monteiro Alves e do diretor de futebol Roberto de Andrade — os responsáveis pela negociação com o novo técnico. Até aqui, o clube nem sequer abriu negociações com um possível candidato e apenas consultou, via intermediários, alguns europeus já que o perfil buscado é de um treinador português.

"Estou bastante ocupado com outras coisas e confio na decisão que a diretoria tomar. Não tenho pensado nisso, não faz parte da minha atribuição no momento", reiterou Lázaro, deixando bem claro que não participa das conversas e da busca pelo substituto de Sylvinho.

Até aqui, sob o comando do interino, o Corinthians derrotou Ituano, Mirassol e São Bernardo em sequência e chegou aos 13 pontos no Campeonato Paulista e lidera o Grupo A com uma distância de seis pontos para o segundo colocado. O bom momento da equipe ocorre justamente após a queda precoce de Sylvinho, que vinha sendo criticado pelos torcedores.

O Timão volta a campo no sábado (19), às 18h30 (de Brasília), para enfrentar o Botafogo no estádio Santa Cruz. Até lá, mesmo que o novo técnico seja anunciado, o time será dirigido por Lázaro.

Veja a coletiva completa de Fernando Lázaro:

Sobre o posicionamento de Roger Guedes

"Uma grande vitória, um adversário que valorizou essa vitória. Não vejo grandes diferenças do primeiro para o segundo tempo em relação ao Roger Guedes. É que o jogo se desenhou dessa maneira, o São Bernardo nos neutralizou e tivemos dificuldades. Com o passar do tempo, fomos melhorando, o adversário baixou a defesa e o jogo mudou. O Roger fez um grande jogo, teve bons movimentos e está se ajustando às possibilidades. O time também está entendendo a movimentação dele".

Se você fosse efetivado, até onde poderia levar o time?

"Não penso assim. O máximo que eu posso levar é a Ribeirão Preto no sábado. Fiquei satisfeito com o jogo".

Análise sobre o meia-atacante Willian

"Pela primeira vez, os cinco iniciaram a partida. Pra mim, suportaram bem a partida, um jogo difícil, de muita marcação. A nossa construção foi prejudicada pela qualidade do adversário. O Willian teve uma grande partida, conseguiu desequilibrar pela esquerda, os três cartões amarelos foram em faltas em cima dele. É um atleta que tem esse lado individual que quebra a marcação no jogo. Foi importante para ele, fez mais do que 70 minutos e está sendo um avanço gradual".

Sobre início positivo na trajetória de técnico

"Nunca pensei sobre isso, é uma questão circunstancial. Passei muitos anos no clube numa primeira passagem, mas as coisas aconteceram de forma natural. Passei por várias etapas no clube, conheço bem o Corinthians, mas tem sido algo natural".

Sobre repetição da escalação de um time com média de idade superior a 30 anos

"Os atletas desempenharam bem suas funções, vamos tendo ajuste de entrosamento, o que vai potencializando o jogo deles. Claro que em momentos pontuais isso pode acontecer, mas não vejo como empecilho a questão da idade. Não é um fator de preocupação".

O Corinthians precisa de um centroavante?

"Temos um centroavante, que é o Jô. Temos atacantes de movimentação, que também têm respondido e contribuído com a equipe. Assim tem sido os jogos e o Jô tem auxiliado demais quando necessário".

Sobre a importância de ter os reforços em campo

"Altíssimo nível e isso ajuda demais. Eles vão crescendo ao longo da temporada e vai permitindo jogar mais tempo juntos. São atletas experientes, que se reprogramam durante o jogo e estão crescendo. A tendência é cada vez mais isso ir melhorando ao longo dos jogos".

Qual o legado que você deixa ao Corinthians?

"Não penso nisso de legado, tenho trabalhado muito no dia a dia, tentando ajustar com a equipe técnica. Não citei o Marcelo Carpes, que fica me auxiliando. Não tenho pretensão de legado, não é o meu objetivo, quero colocar os atletas em condição para a sequência que tem pela frente".

Sobre a entrada do lateral João Pedro

"Natural a entrada dele, é um atleta da função. No último jogo talvez tenha gerado uma dúvida, mas foi algo circunstancial. Tentamos em uma mudança ajustar duas coisas que queríamos para aquele momento do jogo. O Fagner se recuperou bem, mas o jogo permitiu fazer a substituição, dar ritmo ao atleta e também preservar o Fagner. Acho que o João fez uma grande partida, chegou no fundo, cruzou, acho que ele se sentiu bem. Foi bem desenvolto".

Sobre a entrada de Luan no segundo tempo

"O Luan tem treinado sempre muito bem, é um atleta que desde que tive contato com ele tem se esforçado ao máximo. Conversei um pouco com ele sobre essa possibilidade de flutuar, ele já fez isso em outros momentos, já fez isso em outras oportunidades. É um atleta que contamos muito, na parte final, mas foi importante para ele ganhar confiança na sequência dos jogos".

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