CBF pretende manter Supercopa nos mesmos moldes após briga entre Fla e Galo
Após uma edição marcada por controvérsia, emoção em campo e ânimos acirrados entre Flamengo e Atlético-MG nos bastidores, a CBF não pretende mudar o modelo da Supercopa para os próximos anos. A versão da entidade é de que houve dificuldades logísticas por conta da mudança de sede e que esta edição foi atípica.
O Atlético tornou público um ofício enviado ao presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, questionando a escolha de Cuiabá. Por deter os dois principais títulos do país, a diretoria alvinegra entendia que merecia um tratamento melhor por parte da entidade. Mas o incômodo não era somente com a CBF, mas principalmente com a postura do Flamengo.
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O Galo sugeriu que a CBF ajuste o regulamento da Supercopa para as próximas edições. A sugestão é de que se o clube vencer o Brasileirão e a Copa do Brasil na mesma temporada, como foi o caso atleticano, ele tenha o direito de jogar dentro de casa, já que não existe nenhum outro tipo de vantagem.
O clima entre os dois adversários é tão bélico que ambos não enviaram representantes ao jantar de confraternização que contou com a presença de políticos e cartola.
As polêmicas de 2022
Sede
Desde que o confronto ficou definido, um desconforto tomou conta especialmente do Galo. Campeões do Brasileiro e da Copa do Brasil, os mineiros não viram com bons olhos o duelo com o Rubro-negro, atual bicampeão do troféu e que entrou na edição deste ano credenciado pelo vice-campeonato do Brasileirão.
Com a partida confirmada pela CBF, o local passou a ser um ponto de atrito. Brasília, que foi inicialmente apontada como favorita, foi vista com desconfiança pelos atleticanos, que não se opuseram, mas que viram a escolha como muito favorável ao Fla. São Paulo era o local preferido do Galo, que também sugeriu o Mineirão, a única possibilidade abertamente descartada pelo Flamengo.
A entidade ventilou a hipótese de uma partida nos Estados Unidos, mas o plano não agradou. Ante a indefinição, sedes no Nordeste, hipóteses rechaçadas pelo Galo, foram sugeridas. De portas abertas, a capital de Mato Grosso se credenciou para receber o embate, que viveu uma espécie de "resta um" até que o martelo fosse batido. Em tom provocativo, os dirigentes cariocas argumentaram que a maioria seria rubro-negra em qualquer estádio do país.
Logística vira problema
A escolha de Cuiabá não agradou em nada aos diretores atleticanos. Quando a Arena Pantanal surgiu como uma das possíveis cartadas da CBF, a logística do Atlético foi tentar reservar hotel e descobriu que o Flamengo já havia feito reservas no local. A irritação entre os alvinegros ficou ainda maior, pois o entendimento foi de que o clube carioca recebeu informação antecipada.
O incômodo rival foi alvo de desdém no Ninho do Urubu, já que os dirigentes alegam que o setor de logística do clube bloqueou hoteis e campos de treinamento em diversas cidades. Quando saiu a decisão, o Rubro-Negro já tinha montado todo o seu esquema e assim seria caso uma das outras alternativas ventiladas tivesse vencido a parada.
Sem poder ficar no melhor hotel —o do Fla— e também sem boa estrutura para treinar, já que o CT do Cuiabá também estava reservado —pelo Fla—, o Atlético decidiu não seguir o regulamento da competição.
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