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O que é a Partners 777, empresa que quer comprar o Vasco da Gama

Juan Arciniegas, Josh Wander e Andres Blazquez, executivos da Partners 777 na ocasião da compra do Genoa (ITA) - Divulgação/Genoa
Juan Arciniegas, Josh Wander e Andres Blazquez, executivos da Partners 777 na ocasião da compra do Genoa (ITA) Imagem: Divulgação/Genoa

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

21/02/2022 12h45

O Vasco da Gama está em vias de ter um dono. Representantes do clube foram até os Estados Unidos para assinar um acordo de compra com a empresa Partners 777, que quer adquirir 70% da SAF vascaína com promessa de investimento de R$ 700 milhões. O negócio ainda depende de uma série de aprovações no Vasco, mas é o primeiro passo da venda.

A Partners 777 é uma empresa norte-americana de investimentos privados que tem participação em várias áreas de atuação, da aviação à mídia e entretenimento -dentro desta última, clubes de futebol. Fundada em 2015, nasceu ligada exclusivamente a serviços financeiros, mas rapidamente diversificou o negócio e chegou no futebol: é sócia minoritária do Sevilla (ESP) e controla 99% do Genoa (ITA) desde outubro; agora chegou a vez do Vasco.

A maior participação no futebol era uma promessa da empresa desde a aquisição do Genoa. Há quatro meses, o diretor-geral do 777 havia reafirmado as intenções de entrar em novos clubes. "Queremos investir em mais equipes. A médio e longo prazo definitivamente queremos estar em outros clubes, inclusive na América Latina", disse Juan Arciniegas na ocasião.

O grupo tem inspiração nos modelos de negócio da Red Bull e do City Group, notadamente as maiores "multinacionais" do futebol, com clubes espalhados por vários continentes. "A sinergia de possuir vários clubes de forma lógica faz muito sentido. Dentro dos limites do que a Fifa permite, podemos construir um valor significativo", afirmou recentemente um dos sócios na Europa, Andrés Blázquez.

Segundo o site da empresa, são mais de 3 bilhões de dólares em investimentos (mais de R$ 15 bilhões, na cotação atual), espalhados por cerca de 50 empresas. Além dos dois clubes europeus, a Partners 777 também tem ações de um time de basquete do Reino Unido (London Lions); uma agência de marketing que atua na NBA (Green Sports Management) e em empresas que negociam direitos de transmissão, como a 1190, que vende a exibição do Brasileirão no exterior.

O negócio com o Vasco da Gama ainda depende de aprovações do Conselho e dos sócios do clube. O documento assinado nos EUA é um "acordo não vinculante", o que significa que o negócio só vai sair do papel depois deste trâmite interno na Colina. O prazo para oficializar a venda nestes termos é de 90 dias. Além dos R$ 700 milhões por 70% da SAF, a empresa assumiria todas as dívidas vascaínas e, talvez, uma reforma de São Januário.

Como tem sido no Sevilla e no Genoa

A atuação da empresa é muito diferente nos dois clubes europeus. No Sevilla, como é sócia minoritária (15% das ações), a Partners 777 não manda nada. Até tentou comprar uma porção maior do clube, mas entrou em rota de colisão com outros sócios e principalmente com o presidente de José Castro Carmona. A empresa tentou inclusive derrubar Carmona do cargo por meio de uma votação dos associados, mas não teve sucesso.

No Genoa, pelo contrário, o controle é total da empresa, que só não comprou 100% das ações por questões jurídicas do Campeonato Italiano. Desde a compra, em outubro, o clube passou por ampla reformulação, e quase todos os altos funcionários foram trocados. Ainda assim, o time tem tido problemas dentro de campo: na primeira temporada sob nova direção, demitiu um técnico dois meses após contratá-lo (Andrii Shevchenko) e ocupa a vice-lanterna da liga.

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