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Como o Botafogo deixou o Corinthians para trás na conversa com Luís Castro

Técnico português Luis Castro está próximo de assinar com o Botafogo  - Pool/Getty Images
Técnico português Luis Castro está próximo de assinar com o Botafogo Imagem: Pool/Getty Images

Alexandre Araújo, Bernardo Gentile e Yago Rudá

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

21/02/2022 15h50

A queda de braço entre Botafogo e Corinthians pelo técnico Luís Castro teve novos episódios durante o final de semana, e o português está perto de ser anunciado pelo Glorioso. No decorrer da negociação, pesaram a questão financeira e a visão de projeto para o treinador.

Luís Castro, como já citado pelo UOL Esporte, foi um desejo pessoal de John Textor —empresário dono de 90% da SAF do clube—, que o via como nome ideal para o projeto que pretende aplicar no departamento de futebol. Para o americano, a vinda de Castro, com sua comissão técnica, são importantes para um trabalho de remodelação, em contato com os novos integrantes do departamento de futebol.

A entrada do Corinthians nas conversas passou um recado a Textor sobre os novos passos no mercado da bola. Há uma leitura de que a exposição do alvo quase colocou tudo a perder, uma vez que a proposta do Timão balançou o português. Porém, Castro havia gostado do planejamento apresentado pelo clube de General Severiano.

Um ponto crucial nas tratativas foi a parte financeira. O Corinthians já havia indicado que não teria condições de arcar com os cerca de R$ 7 milhões para a rescisão contratual do treinador com o Al Duhail, do Qatar. Houve uma tentativa de fazer com que este valor fosse diluído ao longo do contrato, como uma espécie de luvas, mas sem sucesso.

Além disso, o técnico colocou à mesa a chegada de outros cinco ou seis profissionais para a comissão técnica, o que foi visto como um problema no Parque São Jorge. A cúpula entende que os atuais integrantes são qualificados o bastante para permanecer no clube.

Textor, por outro lado, desde o início apontou que arcaria com a multa rescisória. Além disso, nesta primeira grande negociação à frente do Botafogo, quis mostrar força no mercado. Por este motivo, mesmo quando as negociações não estiveram favoráveis, não desistiu.

Por dois motivos. Primeiro: fechar com Castro reforçaria o fato de que o clube está sob nova gestão, ao mesmo tempo em que mantém o clima de lua de mel com a torcida. Superando uma concorrência com o Corinthians? Melhor ainda.

O avanço de Luís Castro com o Botafogo não caiu bem no Corinthians, que avalia que o treinador entrou em um "leilão". Depois de duas semanas, o clube havia chegado a um consenso de que o português era o nome para substituir Sylvinho, demitido no início do mês.

Agora, a diretoria do Timão volta à estaca zero. Com alguns obstáculos para achar um substituto, como a própria situação financeira e possíveis novos concorrentes pelos serviços de profissionais do exterior, como é o caso do Santos, que demitiu Carille na última sexta-feira.

No Glorioso, há o aguardo ainda para finalizar alguns trâmites e poder, enfim, anunciar a contratação. A chegada de Luís Castro se mostra significativa pois será a partir daí que o clube poderá traçar a movimentação em busca dos esperados reforços da "Era Textor". Técnico que iniciou a temporada, Enderson Moreira foi demitido no último dia 11.