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Internacional

Inter de Medina tem início pior que time de Ramírez e lida com "trauma"

Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

22/02/2022 04h00

A turbulência do Internacional no início de temporada vai além de impressões sobre o time de Alexander Medina. Está nos números. O treinador uruguaio chega ao Gre-Nal com oito jogos à frente da equipe e tem somente três vitórias. A estatística é pior do que a arrancada de Miguel Ángel Ramírez no estádio Beira-Rio. O espanhol, atualmente nos Estados Unidos, foi demitido em junho de 2021 e deixou um trauma em Porto Alegre.

Ramírez saiu após o Colorado entender que os métodos do espanhol se tornaram inviáveis. Entre os torcedores, também ficou a imagem de um técnico mais teórico do que prático. Em 2022, Medina tem cartaz diferente. Mas por outro lado, os números são ruins.

Alexander Medina tem três vitórias, três empates e duas derrotas à frente do Inter. Miguel Ángel Ramírez fez cinco vitórias, dois empates e uma derrota nos oito jogos iniciais.

O treinador atual, entretanto, tem uma relação mais aberta com o elenco, na comparação com Ramírez. Um diálogo com lideranças do vestiário. E ideias mais objetivas de futebol.

Mais de um ano depois de fechar com Miguel Ángel Ramírez, o próprio Inter admite que errou. Apostou alto em um treinador jovem, com pouco tempo para mudar o jeito de jogar e sem experiência diante de enorme pressão. Agora, a cúpula colorada tem a leitura de que, apesar de também ser estrangeiro, Alexander Medina é mais maleável e com maior chance de sucesso.

"Eu estou convencido que o problema está aqui dentro e a solução também está aqui dentro. Vamos trabalhar para tirar esse passado para remobilizar de olho em um clássico importante onde a gente precisa da vitória", disse Alessandro Barcelos, presidente do Inter, ao falar sobre a insatisfação com a arrancada da temporada do Inter.

Do lado de Medina, está a ideia de jogo que rendeu destaque no Talleres, da Argentina. O uruguaio usava atacantes rápidos pelos lados do campo e um estilo de pressão. No Inter, o elenco ainda carece de peças para encaixar no jogo.

"Estamos testando porque a nossa ideia de jogar é com extremas. Extremas profundos. E estamos buscando contratações para essas posições. Acreditamos que não temos os jogadores adequados para fazer isso. O único extremo que contratamos é David, o outro que pode jogar (ali) é Caio e ainda temos o Taison. Depois, temos interiores, volantes, que podem participar nessa posição, mas não são extremas puros, extremas puros (...) O certo é que temos superpopulação em um setor, o setor de volantes. Por isso, dizemos que o elenco não está fechado. Virão peças para potencializar esse time. Estamos em busca, estamos em busca do melhor Inter. Mas temos confiança que vamos confirmar um grande time para este ano", comentou Medina, logo após derrota para o São José-RS.

O Internacional volta a campo contra o Grêmio, sábado (26), no Beira-Rio. O Colorado ocupa a terceira colocação do Estadual, com 12 pontos, cinco a menos que o rival e líder do torneio.

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