Grêmio: por que Roger passa o jogo todo assobiando na beira do campo
O Grêmio está em campo e, do nada, um som agudo e prolongado surge. As câmeras procuram a origem e encontram Roger Machado com a boca armada e o assobio a pleno. Durante a vitória gremista em cima do São Luiz-RS, no último sábado (19), a cena se repetiu e deixou muitos em dúvida sobre o motivo para o treinador gaúcho passar o jogo todo assobiando à beira do campo. A resposta está em uma mania que virou instrução.
Roger Machado fará o segundo jogo à frente do Grêmio, na atual passagem, diante do Inter. O Gre-Nal de sábado (26), no estádio Beira-Rio, será válido pela nona rodada do Gauchão.
A escalação gremista pode ter dúvidas, o resultado é imprevisível. Mas o Gre-Nal já pode contar com algo certo: os assobios de Roger. Os sons são emitidos para alertar o time. Soam como uma instrução aos jogadores. E não é qualquer orientação.
"Quando ele batia o primeiro assobio, a gente saia na hora. Toda vez que ele assobiava, a gente saia automático. O treino tinha isso, então ficou muito natural. O time todo já estava preparado. No jogo, tudo já era automático", conta Marcelo Oliveira, ex-lateral esquerdo e jogador de Roger Machado no Grêmio entre 2015 e 2016.
Os sons têm até um código. Os assobios ficam seguidos, um atrás do outro, para frisar ao time que é preciso acelerar. Que os jogadores são obrigados a avançar as linhas, se projetar à frente.
"No treino, ele começava a assobiar e a gente foi pegando isso. Entendendo como funciona. Ele assobiava, a gente tinha que sair [da defesa]. Às vezes, eu estava do outro lado do campo, longe do banco, e escutava o assobio, porque era muito alto. Então, eu saia logo. Se ouvir o assobio e não sair, meu amigo?", brinca Oliveira.
O Grêmio de Roger Machado, na versão 2022, ainda está em construção. Com somente um treino, o time mostrou organização coletiva diferente e pressão agressiva no adversário. Em 2015, os primeiros dias de treinamento foram marcantes. Assim como a reação dos outros jogadores ao longo das partidas.
"Eu tinha muitos amigos nos times adversários e umas três ou quatro vezes, ao final do primeiro tempo, os adversários falavam 'Marcelo do céu! O que vocês tão fazendo, cara? A gente não consegue parar o time de vocês'. Era bacana isso. A gente aprendeu muito sobre preparação e o jogo", valoriza Marcelo Oliveira.
O Grêmio atual que esteja com o ouvido afinado. Porque os assobios de Roger Machado estão de volta.
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