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Morto, irmão de Taison esperava casa de presente e recebia auxílio da mãe

Leandro Barcellos Freda, irmão de Taison, morto no final de semana - Reprodução/Instagram
Leandro Barcellos Freda, irmão de Taison, morto no final de semana Imagem: Reprodução/Instagram

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/02/2022 04h00

Ainda há poucos detalhes sobre a morte de Leandro Freda, de 39 anos, irmão do meia-atacante Taison, do Internacional. O fato ocorreu em Santa Catarina, no último domingo (20), e está sob investigação da polícia. Natural de Pelotas (RS), como toda a família, Leandro vivia na terceira praia diferente em Florianópolis e, antes de morrer, esperava um presente de Taison. Ele também recebia auxílio da mãe Rosângela Freda.

Leandro também teve juventude ligada ao futebol. Não chegou a brilhar como o atleta do Colorado, mas conviveu com a bola, seja atuando ou trabalhando como treinador em times amadores. A família é grande e humilde. Leandro e Taison são filhos de Dona Rosângela, que teve 11 ao todo. A dificuldade foi a mesma para sustentar cada um deles na infância. Todos conviveram com a fome e lutaram desde cedo pelo sustento.

A relação com o irmão sempre foi forte. Relatos ouvidos pelo UOL Esporte tratam o mais velho — Taison, tem 34 anos — como um dos maiores fãs do capitão do Inter. As camisas que ganhava do atleta do Colorado eram expostas a todo o momento. Por onde passava usava diariamente as cores do Clube do Povo e, sempre que encontrava outro torcedor no Estado vizinho do Rio Grande do Sul, fazia questão de se apresentar carregando o sorriso no rosto cuja semelhança física com Taison deixa ainda mais evidente o parentesco entre eles.

Leandro repetia, a todos com quem conversava, que era irmão do jogador que disputou a Copa do Mundo de 2018 pela seleção brasileira. E contava que aguardava uma promessa: uma casa.

Pessoas próximas diziam que ele repetia, sempre que possível, que o seu irmão lhe daria uma casa. Que o presente poderia vir no fim deste ano. A espera teve fim no último domingo (20), com a morte em um condomínio na praia de Canasvieiras.

Antes, Leandro morou na praia da Joaquina e também viveu na praia do Campeche, entre novembro de 2021 e janeiro deste ano, junto da companheira, Bruna. Ela trabalhou em uma padaria e uma pousada, ele encontrou ofícios temporários e vivia auxiliado pela mãe, de quem recebia aproximadamente R$ 2 mil mensais.

Fontes ouvidas pelo UOL Esporte contam que o casal era muito simpático e prestativo, que deixaram amigos por onde passaram, e que os detalhes da morte causam surpresa, até pelo pouco tempo que tinham mudado de endereço.

Leandro nunca mostrou qualquer sinal de comportamento violento. Pelo contrário, era visto como uma pessoa de "ótimo papo", o que auxiliava nos momentos de lazer, preferencialmente churrascos que ele costumava participar com amigos, ou até nos trabalhos que teve.

Aficionado de futebol, orgulhoso do Inter e do irmão, esperava ansiosamente a visita de familiares, com os quais mantinha contato por telefone. E o sentimento de rompimento prematuro ficou claro nas manifestações dos irmãos.

"Nando, não precisava ser assim tão cedo. Irei sentir tua falta. Nas lembranças ficarão apenas nossos momentos juntos, e do teu sorriso largo, aliás, o mais parecido com o meu", postou Taison em sua conta no Instagram.

"Pelo menos eu te conheci de verdade, conheci esse teu coração bom. Vá em paz. Você irá me proteger, eu sei. E também vai estar sempre ao meu lado", publicou Humberto na mesma postagem do jogador do Inter.

"Tiraram um pedaço de mim, sempre vou lembrar de ti. Obrigado por nunca ter deixado de mostrar o quanto tu nos amava. Eu sempre vou te amar, descanse em paz", escreveu Camila.

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