Frio e fome na fronteira: atletas brasileiros não conseguem sair da Ucrânia
O volante Edson, ex-Bahia e que hoje atua pelo Rukh Lviv, gravou um vídeo para contar o drama que vive para tentar deixar a Ucrânia. Sob um frio de -1ºC à noite, sem ter onde dormir e com a comida quase acabando, ele é um entre os milhares que tentam deixar o país por meio da fronteira com a Polônia.
Edson está acompanhado de outros dois brasileiros companheiros de clube, Talles Brenner e Fabrício Alvarenga.
"A gente já está há quase 24 horas tentando sair da Ucrânia. Estamos bem exaustos, cansados para caramba. Filas enormes e um caos pra sair daqui. A forma mais rápida que a gente está analisando é conseguir um carro, ou uma van, mas os carros aqui estão cheios, os ônibus cheios... A gente oferece dinheiro e eles não aceitam, uma coisa bem difícil", diz Edson.
Saindo da cidade de Lviv em direção a Zamosc, local mais próximo do território polonês, o grupo iniciou o trajeto de cerca de 130km de carro, ainda na quinta-feira (24). Em seguida, eles continuaram a pé em direção à fronteira.
A namorada de Talles, Jéssica, também acompanha o grupo e relata a situação de desespero no vídeo gravado: "A gente não tem lugar para dormir, não tem lugar para comer. Estamos comendo salgadinho. E muito frio".
"A gente está com uma criança de 1 ano e 5 meses que estava quase congelando de frio. Quando a gente entrou aqui, a menina estava ficando roxa. Está complicado. A gente não sabe o que fazer mais. A gente liga para embaixada e eles falam que não podem intervir, porque são leis ucranianas, mas eu não estou querendo saber de leis, eu quero que ajudem a tirar a gente daqui, é só atravessar. A gente está na porta da fronteira", acrescenta.
Edson explica que há um veículo esperando o grupo na Polônia e até reservas já feitas em um hotel de lá. O grande impasse, porém, é conseguir chegar do outro lado.
"O lugar que a gente está daqui a pouco vai fechar e não tem hotel para ficar. Na Polônia já tem uma van esperando a gente, hotel reservado, mas a situação para sair daqui é bastante difícil, uma fila enorme de pessoas andando, e quando você vai chegando perto é um mar de pessoas. Está complicado", completa o ex-volante do Bahia.
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