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Dívida antiga congela ações do Flamengo no mercado e expõe dirigentes

Rodolfo Landim e Marcos Braz conversam antes de partida do Flamengo - Alexandre Vidal/Flamengo
Rodolfo Landim e Marcos Braz conversam antes de partida do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/02/2022 12h40

Uma dívida da década de 90 explica a velocidade com que o Flamengo age no mercado e justifica o "mochilão" sem reforços. Por conta de uma penhora de R$ 126 milhões efetuada a pedido do Banco Central, o presidente Rodolfo Landim determinou que todas negociações fossem congeladas. A questão judicial foi inicialmente publicada pelo "Esporte News Mundo".

Já na Europa para efetuarem alguns negócios, Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e Bruno Spindel, diretor-executivo da pasta, receberam do mandatário a ordem de desacelerar as conversas que estavam em curso. Na ocasião, o clube já tinha a compra de Andreas Pereira alinhavada com o Manchester United e mirava transações com Diego Rossi e Everton Cebolinha.

De mãos atadas, Braz e Spindel voltaram do Velho Continente sem os reforços sonhados e foram criticados dentro e fora da Gávea. A viagem foi considerada um fracasso, porém havia esse componente ainda não explícito.

Conforme informado pelo "Globo Esporte", a ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pediu vista do processo no último dia 15, o que motivou a decisão de Landim. Com a possibilidade de ser penhorado, o Rubro-Negro optou pelo conservadorismo e cancelou todas as chegadas e partidas. Dias antes, a 9ª Vara Federal de Execução Fiscal da Justiça Federal do Rio de Janeiro havia solicitado o bloqueio dos valores.

Até que a questão seja julgada, o Fla fechou a torneira e também não pretende fazer nenhuma eventual venda, já que os valores poderiam ficar retidos. O clube aguarda o desfecho de uma ação anulatória e há otimismo. Na pior das hipóteses, os rubro-negros creem em um acordo a longo prazo que irá fazer com que o Flamengo possa seguir tocando a sua vida.

Operações irregulares

O processo foi motivado por supostas transações irregulares feitas em moeda estrangeira entre os anos de 1993 e 1998. Há operações de menor porte em xeque, mas a venda de Sávio para o Real Madrid, concretizada na gestão de Kleber Leite, é o maior ponto de atrito.

O Banco Central diz que a vinda do ex-lateral Zé Roberto como parte do negócio é irregular. A contratação do jogador se referia ao ao abatimento de US$ 8 milhões dos US$ 19,4 milhões declarados pela venda do atacante.