Vice da Gaviões é acusado de receber dinheiro de conselheiro do Corinthians

O vice-presidente da Gaviões da Fiel, Alexandre Jacobina, o Jarrão, é acusado pela organizada corintiana de receber propina no valor de R$ 10 mil pagos da empresa LLASPORTS10 após suposto acordo com Jacinto Antônio Ribeiro, o Jaça — conselheiro do Corinthians ligado ao grupo Renovação e Transparência — em troca de silêncio da torcida nos protestos voltados à gestão das categorias de base.

Ainda hoje (25), o Conselho Deliberativo da principal organizada do Timão se reúne para debater o tema e, se for o caso, excluir Jarrão do quadro de associados.

Por ser alvo frequente dos protestos encabeçados pelo 'Movimento Salve o Corinthians' (grupo criado no ano passado por todas as organizadas do clube do Parque São Jorge para fiscalizar a diretoria e o Conselho Deliberativo), Jaça entrou, segundo a Gaviões, em um acordo com Jarrão, uma das figuras mais influentes entre os torcedores organizados do Corinthians, com o propósito de retirar seu nome das manifestações e, consequentemente, fazer com que a base fosse retirada do radar do grupo.

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Segundo comprovantes obtidos pelo UOL, a quantia foi depositada em três transferências bancárias, entre os dias 12 de dezembro de 2021 e 20 de janeiro de 2022 na conta de Jarrão pela LLASPORTS10, empresa que agencia jogadores de futebol, sua maioria ainda em idade de categoria de base.

Na Junta Comercial do Estado de São Paulo, a empresa está registrada no nome de Anderson da Silva, que foi procurado pela reportagem por meio de sua assessoria de imprensa e optou em não se manifestar sobre o caso.

Em áudio supostamente enviado a uma pessoa próxima ao conselheiro da base, Jarrão explica como conseguiu mudar o foco de um protesto. A data do envio é desconhecida.

"Meu irmão, brotou isso aí no Movimento Salve o Corinthians, onde engloba todas as torcidas, existe a ideia de fazer um protesto contra o Jaça especificamente. Tirei o foco e estou lançando um contra o Roberto de Andrade [diretor de futebol] para sair da radial dele [em referência à Jaça]. Irmão, só uma coisa que eu ia te falar: cuidado quando você fala com ele com quem está perto dele. O bagulho é muito louco, mano", disse Jarrão.

A reportagem procurou Jaça e Jarrão, porém ambos não atenderam aos telefonemas e não responderam às mensagens. O Corinthians também foi acionado, porém não se manifestou até a publicação da matéria. Caso haja algum posicionamento de qualquer um dos envolvidos, o conteúdo será atualizado.

Conforme publicado ontem (24) pelo jornalista Vitor Guedes, do UOL Esporte, o Conselho Deliberativo da Gaviões da Fiel está ciente do ocorrido e se reúne neste momento para apurar os fatos, ouvir a defesa de Jarrão, e, se for o caso, determinar sua exclusão da instituição.