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Ataque a ônibus do Grêmio: atleta "salvo" por tablet e estilhaços no ouvido

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/02/2022 04h00

A delegação do Grêmio chegava ao Beira-Rio. Na avenida Edvaldo Pereira Paiva, o encontro com os torcedores rivais vinha acompanhado de situações comuns. Eram copos de cerveja arremessados, alguns barulhos maiores, possivelmente de gelo, xingamentos e provocações. Até um estrondo que assustou a todos. Foi uma pedra, grande, que transformou o ambiente de jogo em medo.

Quando a chuva de copos de cerveja, ou outro líquido qualquer, acontecia, próximo ao espaço conhecido como Sunset, tudo estava tranquilo. Thiago Santos e Villasanti dividiam cadeiras. O volante, curioso, desrespeitou a orientação de deixar as cortinas fechadas e abriu uma fresta para ver o que havia.

Não deu tempo de ver nada. O marcador se abaixou, o barulho foi muito forte, assustou jogadores, comissão técnica, funcionários do clube. O primeiro olhar foi destinado ao ex-palmeirense, que aparentemente estava bem. A pedra veio na direção deles.

Segundos mais tarde a atenção voltou-se ao companheiro de acomodação. Villasanti segurava um tablet, pelo qual possivelmente foi salvo. O equipamento estava em frente ao rosto e foi ele que evitou que a pedra acertasse em cheio. O tablet ficou destruído, mas os ferimentos, inicialmente, foram superficiais.

O paraguaio, em seguida, alegou tontura, com o ambiente um pouco menos tenso, foi percebido as lesões pelo rosto, a batida tinha sido bem mais forte do que o imaginado. Thiago Santos, que tinha se abaixado, também tinha cortes pelo corpo. Ali já não havia mais clima para jogar.

O quadro de Villasanti inspirou ainda mais cuidados com os relatos do jogador. A partir da chegada no Beira-Rio, aos gritos de dirigentes e profissionais do clube, uma ambulância foi chamada. Houve até um princípio de discussão com seguranças do Inter.

Bobsin apresentava também alguns cortes com cacos de vidro, mas nada grave como os colegas.

O último a relatar tontura e dores foi Campaz, e o quadro também era grave. O colombiano precisou passar por um procedimento para retirada de estilhaços de dentro do ouvido. O atendimento ocorreu nos vestiários do Beira-Rio e ele foi liberado.

Ainda que "salvo" pelo tablet, o paraguaio passou a noite no hospital Moinhos de Vento, para onde foi levado pela ambulância já com atendimentos iniciais realizados. Segundo informações divulgadas pelo Grêmio, Villasanti teve traumatismo craniano, está sob observação, mas passa bem.

"Atleta está bem. Sob cuidados no hospital Moinhos de Vento. Fez todos os exames do protocolo de traumatismo e concussão do hospital. Teve um TCE (traumatismo craniano) e, em virtude do traumatismo, uma concussão cerebral. Atleta não tem fratura na cabeça. Tem escoriações no rosto e trauma no quadril", diz o comunicado gremista.

O destino não poderia ser outro que não o adiamento do Gre-Nal. Ainda sem data definida, Inter e Grêmio se enfrentarão pela primeira vez em 2022 possivelmente na próxima semana. E ambos esperam que numa condição de segurança melhor.

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